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Anna Magnani: a atriz que trocava festas por ajudar gatos em situação de rua em Roma

26 de outubro de 2025
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Considerada uma das maiores atrizes italianas de todos os tempos, Anna Magnani também ficou conhecida por seu amor incondicional pelos gatos de Roma. A artista, que costumava visitar a famosa colônia felina de Torre Argentina, hoje um dos santuários mais conhecidos da cidade, dedicava parte de seus dias a cuidar e alimentar os animais que viviam nas ruas.

Franco Zeffirelli, amigo próximo de Magnani, contava que ela percorria a cidade com a cabeça coberta por um lenço e uma cesta cheia de comida. Fazia isso discretamente, até que, certa vez, um homem que não gostava de gatos a repreendeu em público. Anna retirou o lenço e o encarou com firmeza. O homem, surpreso, percebeu que a “gattara”,  termo usado em Roma para as mulheres que alimentam colônias felinas, era, na verdade, a estrela do cinema italiano.

Com humor, ela dizia que fazia “a ronda dos sete gatos”, uma brincadeira com a tradicional “ronda das sete igrejas”, peregrinação romana que remonta ao século XVI. Em vez de visitar templos, Anna e amigos percorriam sete colônias de gatos da capital, levando alimento e cuidado a cada uma.

“Prefiro a solidão às festas. Para mim, basta ver dois gatos brincando no tapete”, dizia Magnani, que enxergava nos animais uma companhia sincera e um símbolo de liberdade, valores que também marcaram sua trajetória artística.

Nascida em Roma em 1908, ela estudou arte dramática cantando em cabarés para pagar os estudos. Ganhou reconhecimento internacional com o filme Roma, Cidade Aberta (1945), de Roberto Rossellini, que a descreveu como “a melhor atriz desde Eleonora Duse”. Ao longo da carreira, trabalhou em mais de cinquenta produções, incluindo A Rosa Tatuada, escrita especialmente para ela por Tennessee Williams — papel que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz.

Anna Magnani viveu intensamente, tanto nos palcos quanto fora deles. Seu amor pelos gatos refletia sua sensibilidade e sua aversão à indiferença. Enquanto muitos viam os animais de rua como invisíveis, ela os enxergava como seres que merecem respeito e cuidado, uma visão à frente de seu tempo e ainda necessária hoje.

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