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Animal não é presente

17 de maio de 2010
5 min. de leitura
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Movimento Mineiro pelos Direitos Animais
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Todos os dias, quando abro minha caixa de e-mails, me deparo com centenas de mensagens do tipo: “Vou mudar e em minha nova casa não tem espaço para meu cão”. Ou então:”estou grávida e quero doar minha cadelinha de 1 ano”. O mais comum é:’ Meu cachorro faz muita bagunça, não quero mais ficar com ele”.

Cachorro não é um brinquedo que se pode jogar fora como se não tivesse vida. Antes de ter um animal, pense nisso. Decore para nunca mais esquecer: 

Filhotes crescem, não ficam pequenos para toda vida, assim como as crianças. Pense no espaço antes, bem antes porque filhotes crescem rápido. Labradores fofinhos e outros cães ficam enormes e precisam de muito espaço. Depois não descarte dizendo que ele “cresceu muito”. Se você tem um filho menor e acha normal abandonar, então imagin-se por um momento fazendo isso com ele. Porque seu filho também vai crescer.

Foto: s/c


Foto: s/c

O filhote comeu o chinelo? Eu não disse que adotar um animal adulto dava menos trabalho? Só tenha um filhote se você tiver a paciência de quem cuida de um bebê humano. Crianças também quebram coisas e rabiscam paredes. Mas você sabe que quando crescerem as coisas vão mudar. Com os animais é a mesma coisa. 

Foto: s/c


Foto: s/c

Crianças “adoram” animais. Antes de comprar, por impulso, durante um passeio ao Shopping, pense se você também gosta e está disposto a ter trabalho, cuidar, limpar, alimentar e amar. Animais fazem xixi e cocô, assim como os humanos. Adoram passear também. Nas ruas há muitos animais abandonados porque os filhinhos enjoaram do bichinho que o pai comprou. Crianças que “enjoam” muito fácil dos presentinhos só devem ganhar carrinho ou boneca. E cachorro não é brinquedo, lembra? 

Seu filho adora “brincar” com o cachorro: joga, chuta, enforca e você acha bonito e se diverte. O que você acharia de alguém fazendo isso com o seu filho pequeno que também é um ser indefeso e sente dor? Um dia a vida ensina, dá o troco e você pode nem estar por perto. 

Filho alérgico? Então tire da sua casa as cortinas, os tapetes, os brinquedos cheios de poeira. Quem sabe se o problema não é o seu próprio cigarro. Não comece se livrando do cachorro. Não jogue a culpa toda em cima dele. Animais costumam fazer parte da cura e não da doença. É por isso que existem terapias com animais em hospitais e o resultado é bastante positivo. Comece se livrando doque não tem vida e pare de fumar. 

Cachorros não são como roupa que entram e saem da moda. Não se tem um cachorro porque está na moda esta ou aquela raça. Quem acha que eles são coisas deve comprar um de pelúcia. O da moda agora é ursinho. Quando sair da moda, jogue no lixo (de preferência, recicle). Bicho de pelúcia nunca vai sofrer (e também nunca vai te amar, mas talvez você nem repare).

Foto: s/c


Foto: s/c

Cachorro não é presente nem de aniversário, nem de dia das crianças, nem de Natal, nem de dia nenhum. Presenteie com coisas. Não são todas as pessoas que estão dispostas a cuidar de uma vida. Às vezes mal cuidam da própria. Se o animal não for bem vindo pelo presenteado (ou pelos donos da casa) você colocou o bichinho numa gelada. O que  será dele agora? Você vai levá-lo para a sua casa?

Foto: s/c

Você ainda tem filhos? Cachorro não é brinquedo e nem filho. Alguns casais suprem suas carências com um animalzinho e, quando vem a gravidez, o filhinho mais velho ganha o olho da rua. Se você não é capaz de amar em conjunto o bebê que vai chegar e o animal que sempre foi seu companheiro, então não tenha bicho nenhum. Tenha só o seu filho e eduque-o bem. Tente mostrar que todos os seres vivos merecem ser amados. 

Foto: s/c

Costuma viajar e quer ter um animal? Então tenha certeza que poderá levá-lo junto com voc~e ou que poderá pagar um hotelzinho ou alguém para cuidar dele na sua ausência. Se você acha que bicho não passa fome, nem frio, nem fica com medo, experimente ficar só um dia sem comer, sem beber e depois durma no quintal, no chão frio. Veja o quanto é bom. 

Você não quer mais seu animal? (Como assim, “não quer”?). Então não doe para o pedreiro nem para a sua empregada. Castre-o (já deveria tê-lo castrado há muito tempo) e procure um ótimo tutor para ele ou ela. Ele não invadiu a sua casa. Está lá porque você o pôs. Ele não vai entender e vai sofrer se não for recolocado em um ótimo lar. E lembre-se: não quis este, faça o favor de não querer mais nenhum. 

Seu animal ficou velho? Não é mais tão bem disposto? Cuide dele até o fim. Dê qualidade de vida e tenha paciência. Ame-o sempre. Há muitos seres humanos idosos abandonados em asilos fétidos, doentes e esquecidos pela própria família. Morrem se perguntando o que teriam feito para merecer isso ou aquilo. Esquecem-se de que, na vida, tudo tem volta. 

Foto: s/c


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