Sem abrigo adequado, eles ficam expostos ao sol ou a chuva, ficam doentes, não recebem os cuidados necessários e em muitos casos são espancados pelos próprios tutores. Constantemente, a Polícia Civil (PC) de Toledo atende ocorrências de maus-tratos aos animais.
Em 2013, foram registrados 15 boletins de ocorrência. Desde o início deste ano, já foram oito situações atendidas pelos policiais. “Na maioria dos casos, os animais são retirados dos tutores”, explica a investigadora da PC e integrante do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (Cmpda), Rosangela Zanetti.
Assim que a PC recebe a denúncia, desloca-se até o local para averiguar os fatos. A ocorrência é repassada ao Ministério Público e o promotor determina o recolhimento do animal. O tutor é intimado e após ser ouvido pelo escrivão é emitido o Termo que é encaminhado ao Fórum.
Rosangela pontua que em Toledo a maioria das situações de maus-tratos envolve cães e cavalos. “Existem situações em que os tutores são apenas orientados e dias depois realizamos uma nova visita para constatar se ele atendeu o que foi proposto. Entretanto, já atendemos ocorrências em que os animais estavam gravemente feridos e que imediatamente foram recolhidos para receber cuidados veterinários”.
A investigadora destaca que assim que a situação de maus-tratos é constata, o causador não fica impune. Até nas situações de envenenamento – com registro de Boletim de Ocorrência – a PC é atuante. Rosangela explica que quando são apontados os possíveis suspeitos, os investigadores localizam os acusados para que ocorra uma conversa.
Acolhimento
Os animais retirados dos tutores são recolhidos pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente – por meio da Coordenação de Defesa e Proteção aos Animais – e a Associação Focinhos Carentes de Toledo (Afocato). Dependendo do caso, o animal é encaminhado para uma clínica veterinária e posteriormente para uma protetora voluntária.
“São raros os casos em que o animal volta para o tutor. Assim que auxiliamos no processo de recolhimento já procuramos uma protetora voluntária para que cuide do animal até que ele seja adotado”, esclarece a presidente da Afocato, Nilva Zucchi, ao mencionar que a pessoa que assume o papel de protetora precisa cuidar e dar amor ao animal. Ração, atendimento veterinário, medicamentos e até mesmo uma casinha são disponibilizados pela Afocato.
Enquanto alguns batem, outros acolhem e dão um lar. A dona de casa Eloá M. Henrique é uma protetora voluntária. Ela já tem em casa três cachorros e um gato, mas encontrou lugar para abrigar mais uma cachorra e seu filhote. “Adoro os animais e não entendo como as pessoas tem coragem em fazer mal a eles”.
Política da prevenção
A presidente do Cmpda, Maria Cecilia de Lima Rorig, comenta que já estão ocorrendo discussões sobre o assunto. “A discussão tem o intuito de viabilizar a política de prevenção. Já apontamos a possibilidade de criar leis para que os acusados de maus-tratos sejam punidos através de autuações. Este dinheiro seria revertido para os procedimentos de castração, entre outras necessidades apontadas pelo Conselho”, destaca.
O projeto que visa trabalhar o abandono e maus-tratos na rede municipal de ensino também visa promover o combate de tais ações. A iniciativa irá envolver todos os alunos do Município que irão trabalhar em sala de aula temas como a ‘Conscientização contra o abandono e maus-tratos de animais’ dentro da disciplina de Educação Ambiental.
Fonte: Jornal do Oeste