Após uma nova ameaça de incêndios, animais vítimas de queimadas foram evacuados de uma base de cuidados do Instituto Ampara Silvestre, na Transpantaneira, na região de Poconé, a 104 km de Cuiabá.
Os trabalhos são realizados desde segunda (7), por veterinários e voluntários, sob recomendação do comando da fauna do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Até o momento, um tamanduá, uma anta e um veado já foram transferidos para uma base da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), na transpantaneira. Uma onça-parda ainda aguarda a transferência para um um Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) em Mato Grosso do Sul, previsto para o fim de semana.
“O tamanduá foi resgatado de incêndio com ferimento nas quatro patas, o veado também foi resgatado de incêndio, com ferimento nas três patas, todos em tratamento. […] os tratamentos incluem sedar, fazer limpeza, usar onoterapia, fazer curativo. É uma rotina ambulatorial intensa, explicou a veterinária do Ibama, Marília Gama.
A Sema confirmou que os animais estão na base da secretaria.
Queimadas em MT
De janeiro deste ano até agora, o estado registrou 48.049 focos de incêndio, segundo dados do Banco de Dados de queimadas (BD queimadas). Mato Grosso teve 56,34% do território atingido por fogo e foi, novamente, o estado que mais queimou no Brasil, entre os dias 12 e 13 de setembro.
No dia 11 de setembro, a Defensoria Pública da União (DPU) enviou um ofício ao Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo e ao Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Federal (Ciman Federal) solicitando ações imediatas para combater os incêndios que devastam terras indígenas em Mato Grosso, incluindo o Parque Indígena do Xingu, onde no mesmo dia foi registrado um paredão de fogo.
Somente em agosto, mais de 1,6 milhão de hectares atingidos e devastados pelo fogo, segundo uma análise feita pelo Instituto Centro de Vida (ICV) com base nas pesquisas da Administração Nacional dos Estados Unidos de Aeronáutica e Espaço (Nasa).
Causas dos incêndios
Segundo a WWF Brasil, o número de focos de incêndio na Amazônia é o maior registrado desde 2004. A instituição reforçou que, apesar do bioma ter apresentado queda no desmatamento nos últimos dois anos, o fogo utilizado para “limpar” as áreas onde a floresta ou a savana foi derrubada continua potencializando a destruição da área.
Conforme o último boletim anual do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), a área desmatada na Amazônia foi de 9.064 km² entre agosto de 2022 e julho de 2023, uma queda de 21,8% do total da área desmatada em comparação ao relatório anterior, de agosto de 2021 a julho de 2022.
Fonte: G1