Notícias como a do bovino encontrado “passeando” pela Avenida Protásio Alves, em Porto Alegre (RS), não causam mais estranheza. Nos últimos anos, a capital teve várias vitimas “animais” . Ganso, porco, cachorro, cavalo, cágado, galo, entre outros.
Os casos inusitados chamam a atenção das autoridades. O comandante da Companhia Ambiental do Policiamento Ambiental da Área Metropolitana, capitão Rodrigo Gonçalves, afirma que a sociedade precisa discutir o assunto.
“Esse problema é responsabilidade de toda a sociedade. Infelizmente, não temos nos municípios a estrutura adequada para fazer o recolhimento dos animais. As pessoas pegam os bichos para criar e depois abandonam. Se está na rua, é porque alguém soltou”, argumenta.
O recolhimento dos bichos das ruas é feito pela Brigada Militar, EPTC e por entidades de proteção aos animas. Apesar de fazerem o trabalho, os órgãos não têm obrigação legal. No abrigo da EPTC, cerca de 30 cavalos são atendidos por mês.
“Existem casos de acidentes de trânsito envolvendo animais, e temos casos de maus-tratos também”, conta o responsável da EPTC pelo recolhimento de animais de grande porte, Paulo Dorneles.
Abaixo, confira detalhes sobre os animais flagrados na Capital nos últimos anos:
Esse boi foi recolhido pela EPTC após transitar durante a manhã de sexta-feira (23), em plena Avenida Protásio Alves.
Um cão da raça rottweiler foi abandonado na Rua Dom Pedrito, na Capital. Atualmente, o cachorro recebe treinamento para auxilar o efetivo da Brigada Militar.
Um cavalo agonizando na Avenida Protásio Alves com a Rua Dr. Otávio Santos, no bairro Vila Jardim, em Porto Alegre, mobilizou e emocionou populares que passavam pelo local no dia 23 de junho. Eles mesmos tiraram o o animal da pista para evitar um possível atropelamento e chamaram uma equipe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Atendido no abrigo da EPTC, o animal foi batizado de “Jabulani”, em referência à bola da Copa de 2010.
Ciscando no canteiro que divide as pistas da Terceira Perimetral, um galo chamou atenção de motoristas e usuários da via e de um posto de combustível no bairro Jardim Botânico, na zona leste de Porto Alegre. O animal apareceu no local no início do ano e, após receber alguns grãos de milho e uma bacia com água, não saiu mais. “Ele é atração aqui. Fico molhando a calçada e o galo fica aqui do meu lado. É uma coisa totalmente atípica”, explica Darcy Luiz Bragé de Alencastro, proprietário do posto.
Algumas pessoas procuram o Foro Regional da Tristeza para algo mais que resolver seus problemas com a Justiça. No prédio na Avenida Otto Niemeyer, um ganso disputa a atenção do público e de advogados em meio a processos cíveis, criminais, de família, entre outros. “As pessoas param para falar com o ganso, fazem carinho nele, dão comida na boca. O Chico é patrimônio do foro”, revela o juiz Alex Custódio, de 47 anos.
Mas nem tudo é alegria na vida do ganso Chico. Diz o juiz que a ave tem cerca de 29 anos e, em função da idade avançada, já teve de suportar perdas no foro. Entre eles, o amigo ganso Fredi e a namorada Chica. “Quando a Chica morreu, ele ficou bem deprimido, sabe? Chamamos veterinário, tivemos de dar medicamentos. Achamos até que ele ia morrer. Ficava quieto, sentava na grama, não levantava. Daí trouxemos a Gisele e parece que o bichinho se encontrou de novo”, se empolga Custódio.
Em 2008, uma cena inusitada causou rebuliço na Avenida João Pessoa, uma das mais movimentadas de Porto Alegre. Um porco escapou de um caminhão e circulou por cerca de 10 minutos entre carros, parando o trânsito.
Assustado, sujo de lama e exalando forte cheiro, o animal tentou se esconder na garagem de um prédio próximo da esquina com a Rua Luiz Afonso, aproveitando a saída de um automóvel. Foi encurralado por um comerciante local, mas conseguiu escapar. Depois, o seu tutor o encontrou. Veja o vídeo.
Policiais militares flagraram em 2009 um pombo no 4º Regimento de Polícia Montada (RPMON) da Brigada Militar no bairro Partenon, zona leste de Porto Alegre. A ave caiu no pátio da corporação enquanto transportava um carregador e uma bateria de celular dentro de uma mochila, de acordo com o major João Diniz Prates de Godoy, que responde pelo comando do 4º RPMON: “Conseguimos ver que a pomba se dirigia ao Presídio Central”.
Com informações de Zero Hora