A rápida perda de animais grandes e antigos como elefantes, primatas e baleias está gerando impactos profundos na sobrevivência das espécies, revelou uma nova pesquisa. Esses animais, muitas vezes descritos como “velhos e seguros”, desempenham papéis fundamentais em suas comunidades, transmitindo conhecimento, mantendo estruturas sociais e contribuindo para a biodiversidade.
Entre os exemplos destacados são as fêmeas mais velhas de elefantes, que possuem maior habilidade para reconhecer perigos e proteger o grupo. Sob a “hipótese da avó”, acredita-se que espécies como elefantes e orcas, assim como os humanos, ajudam seus descendentes a cuidar da prole, reforçando a sobrevivência da comunidade.
O declínio desses animais deve-se a vários fatores, incluindo a caça predatória, que muitas vezes mira os mais velhos por seus tamanhos maiores, presas ou chifres importantes. Além disso, o desmatamento e a destruição de habitats, impulsionados principalmente pela expansão da pecuária, são apontados como causas centrais de perda de biodiversidade. A pecuária utiliza cerca de 75% das terras agrícolas, forçando a localização de diversas espécies.
Pesquisadores enfatizam que a “transmissão cultural”, ou seja, o compartilhamento de conhecimento entre indivíduos de uma espécie, é crucial para a sobrevivência animal. Estudos crescentes mostram que as vidas de animais não humanos são muito mais complexas do que se acreditava, com comportamentos sociais e culturais semelhantes aos humanos.
“Usamos o termo ‘sabedoria’ porque esses animais mais velhos desempenham papéis essenciais na manutenção da biodiversidade e na estabilidade dos ecossistemas”, afirmou Keller Kopf, um dos autores do estudo. Ele e sua equipe defendem políticas de proteção específicas para animais mais velhos, com o objetivo de preservar as funções ecológicas que desempenham.
Uma mudança para dietas baseadas em vegetais é apontada como uma estratégia eficiente para conter a destruição da vida selvagem. Pesquisas indicam que esse tipo de dieta pode reduzir a perda de biodiversidade em até 66%, oferecendo uma solução viável para equilibrar o uso de recursos e proteger os habitats naturais.
A pesquisa ressalta a importância de integrar a proteção ambiental e ações políticas para evitar um colapso ainda maior nos ecossistemas globais, garantindo a continuidade dos serviços essenciais que esses animais garantem.