Apesar de ter uma idade avançada, Mimi, uma gata siamesa de 17 anos, nunca havia apresentado problemas de saúde até o momento. Porém, alguns meses após a morte da sua amiga Xuxa, uma persa de 15 anos, e alguns problemas físicos com o seu tutor, Julio Murilo de Matos, a gata passou a apresentar constantemente vômitos e problemas de pele.
“A Mimi sempre foi muito brincalhona e saudável, mas de uns tempos para cá começou a apresentar muitos problemas da pele”.
Os problemas físicos, segundo a veterinária Daniela Gomes, não são reflexos de uma patologia orgânica, mas, sim, emocional, como uma resposta do corpo a um sofrimento psicológico.
“Recentemente ela perdeu uma companheira e os problemas do tutor, que o deixa triste, acabam refletindo nela”.
Segundo Alexandre Rossi, mais conhecido como Dr. Pet (Record) , a somatização – como é chamado este tipo de problema- é um sintoma comum e está cada vez mais comprovado cientificamente.
“Quando nós não estamos bem, frustrados ou com raiva, a chance de desenvolver problemas de saúde é maior, pois há uma queda no sistema imunológico”.
Assim como os seres humanos, os animais também têm necessidade psicológica, principalmente os mamíferos, que são muito comparáveis a espécie humana e possuem laços afetivos com as pessoas do convívio.
Tutores sofrem com doenças graves de seus animais
“O animal quando não se sente parte do bando ou capta algo errado com quem ele ama, passa a absorver os problemas para si. A simpatia dos animais com o ser humano é muita. A gente influencia diretamente o estado emocional deles”.
O animal para estar saudável tem que ter um equilíbrio das suas necessidades. Quando suas emoções ficam exacerbadas é um sinal de que ele não está bem.Para evitar que os problemas emocionais tornem-se doenças é bom ficar atento aos sinais de tristeza que os animais apresentam.
“O apetite diminui, eles param de se exercitar e acabam dormindo mais que o necessário. O tutor tem que ficar atento, pois os animais costumam apresentar essas características na sua rotina. Gato, por exemplo, é muito dorminhoco. Mas, quando esse sono se torna exagerado, é sinal de que há algo errado”.
Outros problemas decorrentes do emocional são ressecamento intestinal, menor hidratação, problemas compulsivos – como arrancar os pelos sem parar – e alérgicos.
A dica de Rossi para essas situações é fazer com que o animal se exercite de alguma maneira.
“Se não há espaço em casa para deixar o animal correr no quintal, seria bacana trocar a vasilha de alimento do animal, fazendo com que ele tenha que se exercitar para encontrá-la”.
Para evitar que os cães se sintam excluídos do grupo ou sozinhos, Rossi aconselha que o tutor, quando sair de casa, deixe o animal ter acesso aos locais onde a família costuma ficar e que tenha o cheiro dos parentes.
“Já os gatos, que possuem características caçadoras, precisam de um espaço onde eles consigam enxergar todo o ambiente. E, claro, o mais importante: dar muito carinho ao seu animal, isso é essencial”.
Fonte: R7