Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais
As imagens são brutais. Cães baleados nas ruas, deixados para morrer em poças do seu próprio sangue. O novo governador de Alexandria, no Egito, em seu primeiro dia de mandato, ordenou que todos os cães em situação de rua fossem mortos. Impiedosamente, esses inocentes animais foram mortos a tiros, um a um, em um massacre horrível. As informações são do repórter Domenick Scudera, do Huffington Post.
Scudera afirma que esse não é o tipo de imagens que ele normalmente vê em sua linha do tempo no Facebook. Ele diz que, por ser um conhecido e assumido adorador dos animais, seus amigos postam fotos de filhotes de cães e gatos brincando, fazendo coisas adoráveis, sendo amados. Mas, há alguns dias atrás, sua página foi inundada como fotos de cães assassinados nas ruas do Egito. As imagens emergiam de Alexandria, Cairo e demais cidades. Chocados e indignados pelo que ele testemunhavam, seus amigos egípcios espalhavam fotos pelas redes sociais para levar a público tal situação.
Foi então que o repórter decidiu escrever uma matéria sobre o assunto. Em um primeiro momento, ele relata que, no conforto de sua casa nos Estados Unidos, o seu impulso foi o de ignorar essas imagens. Uma amiga sua, Laila, alertou, referindo-se às fortes imagens: “Não olhe – isso é que os nossos animais enfrentam…Matar almas inocentes se tornou a norma no Egito”. Porém, Scudera “olhou”. Fechar os olhos para coisas desse tipo e fingir que nada está acontecendo é se acomodar, e perder a oportunidade de ajudar os animais.
“Eu me tornei amigo de egípcios compassivos pela Internet no ano passado, quando adotei um cão ‘Baladi’, do Egito. Meu cão teve sorte, apesar de ter tido suas pernas traseiras amputadas. Ele conseguiu sobreviver ao duro tratamento dado aos animais em situação de abandono no Egito. Seu nome é Lucky. Ele recebeu esse nome de uma bondosa mulher que o resgatou, tratou-o e o enviou aos Estados Unidos”, conta Scudera.< Massacres como esse ocorrido recentemente não são uma novidade. Cães e gatos do Egito são rotineiramente espancados, envenenados ou mortos a tiros. No entanto, pelo que o repórter já teve notícia, essa nova onda de matança foi súbita e disseminada. Dessa vez, a violência foi particularmente chocante, enchendo as ruas de sangue e de corpos. "No Antigo Egito, as pessoas reverenciavam os seus animais domésticos, mas isso não existe mais", diz Scudera. Quando adotou Lucky, ele perguntou a Marwa, a sua resgatadora, por que ela o enviou aos Estados Unidos. Sua resposta foi simples e direta: "O Egito não é um bom lugar para os animais". [caption id="attachment_570575" align="aligncenter" width="492"] Foto: Facebook/Laila Hamdy Fayek[/caption]
“Eu não estou virando as costas para os nossos problemas americanos com super população de animais. Mas, pelo menos, os que se encontram em situação de rua aqui são levados para abrigos onde têm a chance de serem adotados. A castração é amplamente encorajada para minimizar a quantidade de animais nessa situação. Muitos animais são induzidos à morte nos Estados Unidos a cada ano, é verdade. Mas um terço dos lares dos Estados Unidos têm animais. Eles fazem parte de nossas vidas, nossas famílias”, explica Scudera.
“Enquanto escrevo isso, meu cão Lucky está sentado perto de mim, dormindo satisfeito em sua cama macia. Do outro lado do mundo, os irmãos e irmãs de Lucky estão sendo assassinados. Por um lado, eu me sinto impotente no meu desejo de ajudar esses animais, mas por outro, eu tenho um senso de obrigação de fazer alguma coisa. Esse texto é, de uma forma pequena, uma tentativa de levar a conscientização sobre a matança desses inocentes”, acrescenta Scudera, que recomenda que compartilhemos sempre essas informações, criemos e assinemos petições, e apoiemos abrigos e programas de castração. E que pressionemos as autoridades do Egito para que hajam de forma humana. A comunicação via Internet hoje nos abre essa possibilidade de contatar quaisquer pessoas ou instituições, não importa em que lugar do planeta, portanto não vamos nos calar.
Scudera, por fim, novamente lembra que não devemos nos esquecer dos animais mais próximos a nós. Ele é um exemplo disso – além do cão egípcio, ele tutela mais três cães e três gatos, todos americanos e resgatados. “Se cada um de nós fizer a sua parte, nós faremos a diferença para que não haja mais sofrimento animal. Para cada filhote que você vê em um vídeo no Facebook se aconchegando adoravelmente ao seu tutor, há centenas de outros animais em circunstâncias horríveis. Laila e Marwa, e muitos outros, estão trabalhando incansavelmente no Egito para mudar esse quadro. Nós podemos fazer a nossa parte daqui ou de onde estivermos. Não feche os olhos”, diz o repórter.