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CUIDADOS ESPECIAIS

Animais silvestres vítimas de maus-tratos e atropelamentos são tratados em universidade de Fernandópolis (SP)

6 de abril de 2025
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Animais silvestres feridos e debilitados são resgatados e encaminhados para um universidade em Fernandópolis (SP) por meio da parceria entre a instituição de ensino e a Polícia Ambiental. Muitos são vítimas de atropelamentos e maus-tratos. Com isso, não teriam condições de sobreviver na natureza.

O trabalho, que foi iniciado em 2024, tem ajudado a salvar diversas espécies, como papagaios, araras e até um tamanduá-bandeira. Os acidentes envolvendo esses animais ocorrem principalmente quando eles estão em busca de alimento, um comportamento que tem se tornado comum em áreas urbanas. Diante disso, o risco de atropelamentos é grande.

Um dos casos recentes foi o de um papagaio que sofria maus-tratos e foi retirado pela Polícia Ambiental de um homem em situação de rua. A ave, agora em tratamento, passou por cuidados veterinários para garantir sua recuperação e eventual retorno ao seu habitat natural.

Uma arara-canindé também foi resgatada após ser encontrada debilitada, já que, por ter sido domesticada, não conseguia se alimentar sozinha. Esses animais, junto a outros que chegam ao hospital veterinário da universidade, passam por um processo de reabilitação que inclui tratamento veterinário e adaptação ao ambiente natural.

Júnior Soares, médico veterinário da universidade, explica, em entrevista à TV TEM, sobre o funcionamento do projeto.

“Os animais que passam por aqui e vão voltar para a natureza ficam internados enquanto precisam de respaldo médico, depois vêm para o ambiente externo para adaptação ao sol e ao ambiente, até que possam ser libertados”, conta.

Antes da parceria com a universidade, os animais eram resgatados pela Polícia Ambiental e levados para locais a cerca de 200 quilômetros de Fernandópolis, o que dificultava o acompanhamento e a liberação dos mesmos. O capitão da Polícia Ambiental, Alonso Ferreira da Silva, enfatiza que agora é possível monitorar de perto a evolução dos bichos e até soltá-los mais rapidamente, caso tenham condições de serem reinseridos na natureza.

O trabalho tem ajudado não só os animais, mas também proporcionado novos aprendizados para os profissionais e estudantes envolvidos. Mylena Ferreira Rodrigues Mazetti, residente do último ano de Medicina Veterinária, destaca o impacto que o projeto teve em sua formação.

“Eu lembro muito bem do Telson, o tamanduá. Estamos ainda com ele. Ele chegou bem debilitado e hoje já está mais esperto e se alimentando melhor. Quando ele chegou, não conseguia nem ficar em pé”, conta.
Telson, um tamanduá-bandeira, passou cerca de dois meses internado e agora, após os cuidados médicos, está pronto para retornar à natureza.

Kauani Fachin, estagiária de Veterinária, conta que a volta dos animais ao seu habitat é o objetivo principal do projeto. “A gente que vê e trata deles todo dia é emocionante ver eles voltarem à vida livre, pois essa é a nossa meta”, diz.

Para a Polícia Ambiental, o retorno dos animais à natureza é essencial para o equilíbrio do ecossistema.

“A fauna nativa tem uma importância ecológica fundamental. Ela faz parte de uma cadeia que, quando desequilibrada, afeta todo o ecossistema. É crucial que esses animais voltem à natureza”, afirma o capitão Nelson.

Fonte: G1

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