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Animais silvestres são encontrados na zona urbana de Belém

9 de janeiro de 2010
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Gavião recebido pelo Museu Goeldi no fim de 2009. (Foto: Divulgação/G1)
Gavião recebido pelo Museu Goeldi no fim de 2009. (Foto: Divulgação/G1)

Cercada de rios e florestas, a capital paraense comumente recebe a visita de animais silvestres dos arredores, muitos dos quais acabam sendo capturados ou viram vítimas de maus-tratos. Parte deles acaba indo parar no parque zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, fundado em 1895, um dos mais antigos do país.

O veterinário Messias Costa, que trabalha na instituição, destaca que muitos moradores ainda levam animais que encontram pela cidade ao museu, apesar de já não estar autorizado a recebê-los – este serviço fica a cargo do Ibama local. “Relutamos em receber, exceto nos finais de semana e feriados, quando o Ibama não funciona”, explica.

“Belém é uma cidade rodeada por água por quase todos os lados e tem canais que a cortam”, explica Costa. “Não é incomum sucuris terem acesso a áreas urbanas ou aves da floresta em volta visitarem a cidade”. Ele aponta que nas áreas de desmatamento próximas da capital também não é raro encontrar mamíferos como preguiças e tamanduás.

O Museu Goeldi atualmente recebe cerca de dez animais trazidos por moradores a cada mês, muito menos do que recebia no passado, quando esta atribuição ainda não era do Ibama.

Matá-matá, tartaruga de aspecto pré-histórico levada até a instituição. (Foto: Divulgação/G1)
Matá-matá, tartaruga de aspecto pré-histórico levada até a instituição. (Foto: Divulgação/G1)
Ao todo, metade dos bichos recebidos são aves, muitas delas aquáticas, como as garças. “Elas chegam apedrejadas ou com tiros”, explica o veterinário. A maioria não sobrevive. Outros 40% dos animais que chegam ao Goeldi são répteis, principalmente sucuris, que entram na cidade pelos canais. As cobras igualmente são alvo de vandalismo, destaca o veterinário. “A cobra ainda carrega o estigma de ser um animal mau, quando tem um papel ecológico muito interessante”, comenta. Também chegam quelônios, como a tartaruga-da-Amazônia. Os 10% restantes, segundo calcula Costa, são de mamíferos.

O veterinário destaca que são comuns os problemas relacionados aos animais criados em cativeiro de forma inadequada. Uma onça que come só carne, por exemplo, não tem alimentação balanceada e acaba com raquitismo. “Na natureza ela come as presas inteiras, tem o cálcio dos ossos, as vitaminas do sangue”, explica.

Fonte: G1

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