Cercada de rios e florestas, a capital paraense comumente recebe a visita de animais silvestres dos arredores, muitos dos quais acabam sendo capturados ou viram vítimas de maus-tratos. Parte deles acaba indo parar no parque zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, fundado em 1895, um dos mais antigos do país.
O veterinário Messias Costa, que trabalha na instituição, destaca que muitos moradores ainda levam animais que encontram pela cidade ao museu, apesar de já não estar autorizado a recebê-los – este serviço fica a cargo do Ibama local. “Relutamos em receber, exceto nos finais de semana e feriados, quando o Ibama não funciona”, explica.
“Belém é uma cidade rodeada por água por quase todos os lados e tem canais que a cortam”, explica Costa. “Não é incomum sucuris terem acesso a áreas urbanas ou aves da floresta em volta visitarem a cidade”. Ele aponta que nas áreas de desmatamento próximas da capital também não é raro encontrar mamíferos como preguiças e tamanduás.
O Museu Goeldi atualmente recebe cerca de dez animais trazidos por moradores a cada mês, muito menos do que recebia no passado, quando esta atribuição ainda não era do Ibama.
O veterinário destaca que são comuns os problemas relacionados aos animais criados em cativeiro de forma inadequada. Uma onça que come só carne, por exemplo, não tem alimentação balanceada e acaba com raquitismo. “Na natureza ela come as presas inteiras, tem o cálcio dos ossos, as vitaminas do sangue”, explica.
Fonte: G1