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SOBREVIVÊNCIA

Animais silvestres em desespero se abrigam em manilhas em meio à vegetação queimada no Pantanal

21 de agosto de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Divulgação

Apesar das chuvas que chegaram ao Pantanal Sul, brigadistas ainda tentam controlar incêndios em algumas regiões. Nessa terça-feira (20/08), segundo o mapa de alerta de fogo mantido pelo Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul, são registrados mais de 900 focos de calor e são nove os municípios atingidos, entre eles, Barão de Melgaço, (MT), onde fica a Reserva São Francisco do Perigara, que abriga uma enorme diversidade da fauna pantaneira e um dos maiores refúgios da arara-azul.

Desde a semana passada, equipes de diversas organizações que atuam no Pantanal trabalham no resgate de animais feridos e também, na suplementação de alimento e água, já que após as queimadas, os animais se encontram no meio de um cenário de devastação.

Com a vegetação completamente queimada, muitas espécies não têm onde se abrigar. A equipe da organização Onçafari, por exemplo, que possui três propriedades no Pantanal, entre elas a Perigara, registrou onças-pintadas tentando se proteger em manilhas, por serem locais mais frescos.

“Os machos Divino e Timburé, monitorados pelo Onçafari, foram encontrados dividindo uma dessas manilhas. Depois, um deles se deslocou para uma manilha ao lado, onde já estava uma jaguatirica. Na luta pela sobrevivência, rosnaram um para o outro, mas logo se acalmaram, como se estabelecessem um “acordo de paz” entre presa e predador”, compartilhou a ONG em suas redes sociais.

Coleta de frutos para as araras-azuis

Outro grande desafio das organizações pantaneiras é fornecer alimentos para os animais que vivem nas regiões atingidas pelos incêndios. O Instituto Arara Azul, por exemplo, que há mais de 30 anos trabalha pela conservação da espécie no Pantanal, está levando frutos das palmeiras acuri e bocaiuva de Campo Grande para as áreas que são dormitório dessas aves, como o refúgio ecológico Caiman, no município de Miranda, que teve 80% de sua área queimada pelo fogo.

“Tivemos a primeira coleta de frutos em Campo Grande para ajudar na suplementação das araras-azuis no Pantanal. Elas são aves especialistas, comendo basicamente castanha de duas espécies de palmeiras. Com os incêndios, grandes áreas de alimentação foram queimadas. Por isso, estamos realizando essa suplementação que será de longo prazo, uma vez que a produção de novos frutos demora até um ano e meio”, diz a bióloga Neiva Guedes, fundadora e diretora do Arara Azul. “Quem tiver palmeiras acuri e bocaiuva e puder disponibilizar, apenas nos informem que futuramente iremos programar coletar. Não podemos coletar tudo de uma vez para não estragar ou desperdiçar.”

O Instituto Arara Azul esclarece, entretanto, que é importante que a coleta destes frutos seja feita somente por pessoas capacitadas e autorizadas. E para quem deseja apoiar o projeto é só entrar em contato diretamente através do telefone (67) 3222-1205 ou pelo e-mail [email protected]

O Pantanal precisa da sua ajuda!

Os incêndios no Pantanal começaram mais cedo em 2024 e são resultado de uma seca histórica. Infelizmente, o chamado “pico da seca” no bioma ocorre, em geral, em setembro e outubro. Assim, há grande preocupação de que a temporada de queimados deste ano possa superar a de 2020, quando os incêndios queimaram quase 30% da vegetação e mataram 17 milhões de animais,

Desde o começo do ano, o fogo já consumiu mais de 1 milhão de hectares do Pantanal. O trabalho de recuperação não será fácil. São esforços de longo prazo e que demandam investimento para que a fauna pantaneira não pereça.

E você também pode ajudar! Há várias campanhas de arrecadação de dinheiro nesse momento tão difícil.

Veja abaixo como contribuir com doações:

Onçafari – #RecuperaPantanal
PIX 24.030.384/0001-53

Instituto Arara Azul
PIX 05.910.537/0001-02

Ampara Animal
PIX 12791298000184

GRAD Brasil
PIX [email protected]

Instituto Tamanduá
PIX [email protected]

Fonte: Conexão Planeta

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