A história do bicho-preguiça Sid chamou a atenção dos gaúchos e do Brasil nos últimos meses. Em abril ele viajou de Minas Gerais até Passo Fundo agarrado a um caminhão. Logo que foi encontrado, ele foi encaminhado às autoridades ambientais que o conduziram até o Hospital Veterinário da Universidade de Passo Fundo para passar por tratamento e avaliação da condição de saúde. Quando estava bem, foi levado a um zoológico na região metropolitana de Porto Alegre de onde fez uma viagem até o Tocantins, local em que deverá morar.
Assim como o folívoro, centenas de animais silvestres apreendidos pelo Ibama, Batalhão Ambiental da Brigada Militar e até mesmo Secretaria Municipal de Meio Ambiente são atendidos no HV da UPF. Somente nos seis primeiros meses de 2014, foram mais de 300 animais atendidos. Todos foram tratados e avaliados pelo Grupo de Estudos de Animais Silvestres (Geas). São aves das mais diversas espécies e tamanhos, mamíferos e répteis feridos ou maltratados, que encontram na Instituição cuidado e encaminhamento adequado. Um desses animais é o Chico, um filhote de bugio de cerca de seis meses, que foi resgatado por populares em Passo Fundo e, em breve, será encaminhado a um abrigo de animais.
Origens
A origem dos animais varia desde aqueles encontrados feridos em estradas, aves que caíram do ninho, filhotes localizados longe da mãe, até vítimas de tráfico e de maus-tratos. Conforme a coordenadora do Geas, professora Michelli de Ataide, todo animal recebe tratamento, quando necessário, e passa por uma avaliação para saber se poderá ou não voltar a viver na natureza.
Geas
Em funcionamento há dois anos, o Geas é vinculado à Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da UPF e conta também com a atuação de acadêmicos do Instituto de Ciências Biológicas. Além do trabalho na recuperação de animais, o Grupo atua na educação ambiental em escolas e cria multiplicadores do conhecimento gerado na prática. Para o coordenador do curso de Medicina Veterinária Eraldo Zanella, a incorporação da disciplina de animais silvestres é recente e foi realizada para atender a demanda crescente de médicos veterinários capacitados para trabalhar com espécies regionais em centros de recuperação de animais silvestres.
Recuperação
Embora todos os esforços sejam feitos para salvar os animais e possibilitar que eles voltem à natureza, apenas 20% deles conseguem. Os demais são encaminhados para cativeiros ou morrem em decorrência dos ferimentos ou problemas de saúde graves, para os quais não é possível realizar o tratamento. A UPF é a única Instituição no Estado a manter um convênio deste tipo com o Ibama e recebe animais silvestres encaminhados de aproximadamente 130 municípios da região Norte.
O chefe do Ibama Passo Fundo Flabeano Castro explica que os demais centros existentes no Estado para recebimento de animais silvestres são todos do Ibama. Esse acordo de cooperação técnica com a UPF favoreceu a todos, porque os animais apreendidos aqui antes teriam de ser encaminhados para Porto Alegre ou Santa Maria, pontua. Castro explica que boa parte dos animais encaminhados à Universidade estão machucados.
Fonte: O Nacional