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ATAQUES RUSSOS

Animais se perdem de seus tutores em meio a bombardeios na Ucrânia

16 de março de 2022
Bruna Araújo | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Reprodução | Instagram | @uanimals.official

A invasão russa forçou mais de três milhões de pessoas a fugirem da Ucrânia. Muitos civis conseguiram deixar o país com seus animais domésticos, mas em meio a tumultos, bombardeios e muita correria, tutores que planejavam fugir com seus cães e gatos acabaram se separando dos seus animais, que correram assustados e se esconderam em meio aos escombros em busca de abrigo.

Muitos voluntários estão se arriscando em zonas de conflitos para resgatar esses animais, que estão profundamente traumatizados pelos sons das bombas e a ausência de seus tutores. Muitos guardiões que conseguiram contatar ativistas e responsáveis por abrigos deixaram a descrição dos animais na esperança de reencontrá-los no futuro.

Os abrigos da Ucrânia estão superlotados e muitos foram alvos de ataques. Ativistas poloneses e romenos estão cruzando a fronteira e resgatando o máximo de animais que conseguem e levando para abrigos de campanha. Segundo o Washington Examiner, muitos animais encontrados em diversas cidades ucranianas estão sendo levados para abrigos distantes.

Sem fronteiras para a compaixão

A organização em defesa dos direitos animais alemã Winkler Aktiv de Chemnitz montou um abrigo improvisado na cidade polonesa de Medyka, na fronteira com a Ucrânia, para oferecer um lar temporário para animais afetados pela guerra. A porta-voz do abrigo de campanha, Sasha Winkler, afirma que o local será um refúgio seguro para os animais que ainda estão vagando pelas ruas ucranianas sob a ameaça de bombardeios.

A Winkler Aktiv de Chemnitz também está aceitando doações de suprimentos que serão levados para Lviv, na Ucrânia, onde serão distribuídos em abrigos que estão superlotados e já sofrem com a falta de energia elétrica, comida e suprimentos. Cerca de 2,7 milhões de civis fugiram da Ucrânia desde a invasão russa. Muitos atravessaram as fronteiras com os seus animais domésticos, mas outros deixaram seus animais em abrigos ou à própria sorte.

Foto: Reprodução | Instagram | @uanimals.officialAmeaça real

Bombas russas atingiram dois abrigos, um em Gorlovka e outro em Donetsk, ambos no leste da Ucrânia. Não há estatísticas oficiais, mas segundo informações do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal (IFAW), muitos cães e gatos morreram, as estruturas dos locais sofreram sérios danos e muitos animais, apavorados, fugiram. Voluntários estão se dividindo entre resgatar os animais que correram em direção a zonas de confronto e cuidar dos animais que ficaram feridos com estilhaços.

A IFAW afirma que destinou cerca de £ 114.000 em ajuda de emergência e pede que outras organizações internacionais enviem suprimentos e auxílio. James Sawyer, diretor da entidade, afirma que, infelizmente, não é possível enviar voluntários para ajudar presencialmente, o que, sem dúvidas, seria de grande valia nesse momento. “A coisa mais útil agora é fornecer recursos aos grupos locais. Não podemos colocar botas no chão, é muito perigoso”, disse ao The Mirror.

O abrigo Holivka, localizado em Gorlovka, acolhe aproximadamente 300 animais e foi gravemente afetado. “Os funcionários dos abrigos ainda estão no local e forneceremos recursos para que eles possam continuar cuidando dos cães. As condições são muito difíceis”, disse James, que está em contato direto com a equipe do local. Os voluntários que aceitaram arriscar suas vidas para proteger os animais contam que não há energia elétrica e não podem fazer fogueiras.

O abrigo Pif, em Donetsk, foi o que sofreu mais danos, com dezenas de cães e gatos mortos e muitos animais feridos. O local acolhe 800 animais e está lutado para se manter de pé. A maior preocupação dos voluntários é a falta de suprimentos. Com o dinheiro que receberam, eles conseguiram comprar poucos estoques de fornecedores locais, mas se a guerra se prolongar por muito mais tempo, os animais ficarão sem comida e medicamentos.

Foto: Reprodução | Instagram | @uanimals.official

James afirma estar surpreso com os ataques russos, que não estão poupando hospitais e abrigos, zonas consideradas neutras. “É bastante incomum vermos abrigos de animais sendo atacados de forma gratuita e covarde. Eles não são particularmente um alvo de guerra”. Apesar das dificuldades, ele esclarece que não deixará de ajudar. “Estamos trabalhando duro globalmente nessa questão. Continuaremos muito comprometidos com os animais”, pontuou.

O clima nos abrigos é de tensão. Voluntários explicam que os cães e gatos mantidos nos locais estão desenvolvendo sinais de intenso sofrimento emocional e muitos estão buscando lugares para se esconder. Eles também sentem a tensão que envolve toda a equipe e estão extremamente introspectivos. “Queremos muito paz. Estamos extremamente cansados ​​mental e fisicamente”, finalizou uma voluntária.

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