Um das maiores lutas da causa animal em Recife está chegando ao fim de um martírio que expõe várias espécies que vivem confinadas em jaulas, gaiolas e viveiros, presas, longe do seu habitat no polêmico Parque 13 de Maio, no coração da capital pernambucana.
Na semana passada a Prefeitura do Recife deu início à transferência de vários animais para locais mais apropriados e depois serão devolvidos ao habitat. A ação foi iniciada pela PCR, Cprh, e Ibama, com a transferência das araras-canindé e várias espécies de pássaros.
Essa luta tem sido levantada por ativistas como a jornalista Goretti Queiroz, ex-vereadora do Recife que desde 2011 tem sido uma voz atuante para retirar esses animais do cativeiro a céu aberto. “Há pelo menos 12 anos estamos na batalha para tentar tirar os animais de lá. Atribuo a retirada agora à persistência das pessoas que apoiam a causa animal e também a algumas leis. Em 2011, conseguimos uma lei estadual do ex-deputado Daniel Coelho, proibindo zoológicos em parques e praças. Depois, em 2017, na gestão de Geraldo Júlio, conseguimos uma lei municipal, do ex-vereador Wanderson Florêncio”, contou.
A retirada dos animais será paulatina, dividida em etapas, a primeira aconteceu no dia 20 desse mês e resultou na retirada de 48 aves que foram enviadas para uma primeira avaliação no Centro de Triagem de Animais Silvestres – Cetras Tangará, na Região Metropolitana do Recife. A previsão é que todos os animais sejam transferidos até o dia 15 de novembro.
A articulação foi construída pela vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão. Para ela “indispensável zelar pelo bem-estar dos animais que, apesar de bem cuidados pelos agentes da prefeitura, estão fora do seu habitat e sempre expostos aos contatos e incidências externas indevidas”.
De acordo com a prefeitura, o local ganhará uma praça da infância temática como espaço de lazer, para conectar os mais jovens com brincadeiras e a natureza.
O Parque 13 de Maio, é uma referência no espaço urbano da cidade, construído em 1939, sendo a maior área verde da Região central do Recife, com 6,9 Hectares. Já o minizoo foi construído na década de 70.
Em mais de oito décadas o parque foi palco de grandes eventos, manifestações, shows e espaço de diversão e lazer, com suas árvores, fontes, bancos, pista de caminhada e o controverso mini zoológico.