Porcos, patos e galos chegaram a um santuário de animais na segunda-feira (12/08), resgatados de um abatedouro que está sendo investigado por matar violentamente um cavalo de corrida aposentado, entre outros animais.

O resgate foi realizado após a ONG Animal Recovery Mission (ARM) divulgar no mês de julho uma investigação feita em fazenda no estado da Flórida (EUA). O vídeo divulgado pela ONG mostrou o cavalo de corrida chamado ‘Funny Biz’ sendo baleado na cabeça como um exemplo dos horrores vistos por um ativista disfarçado de cliente.

Os animais documentados nas instalações incluíam cavalos, bois, ovelhas, cabras, porcos, galinhas, perus, gansos e outras aves, que viviam em cercados apertados, convivendo com corpos sem vida e sem acesso a água potável. Alguns deles foram vistos sendo alimentados com os restos de outros animais mortos.

Felizmente, na segunda-feira parte dos animais foram resgatados e chegaram ao santuário da ARM. “Vamos garantir que eles tenham um final de vida incrível. Esses animais nunca serão vendidos. Eles nunca serão adotados,” disse Richard ‘Kudo’ Couto, fundador da ARM.

Kudo passou dois anos trabalhando disfarçado para expor a fazenda com a esperança de resgatar os centenas de animais que viu lá. “É o que sempre fizemos com outros escritórios de xerife e outros condados: invadir a propriedade de forma tática, fazer prisões, resgatar os animais, deixá-los viver suas vidas em um santuário incrível”, explicou o fundador.

Em dezembro de 2023, a ARM entregou as descobertas de sua operação secreta na fazenda ao Gabinete do Xerife do Condado de Hernando, onde ela está localizada. Entretanto, documentos recém-obtidos mostram que o Gabinete do Xerife tinha conhecimento sobre a propriedade problemática e as alegações de crueldade animal desde pelo menos abril de 2022.

Uma moradora da região relatou que já havia denunciado o local antes. “Aparentemente, nada aconteceu,” disse Diane Moreton.

Em abril de 2022, ela estava andando de bicicleta na Suncoast Trail, que passa ao lado da propriedade. “Eu vi essa pobre ovelha pendurada com duas patas traseiras amarradas com cordas, a ovelha estava viva. Ele vai te dizer o contrário, mas ela estava viva. (A ovelha) estava gritando e chorando – todos os animais, algumas centenas ao redor”, disse Moreton, relembrando o incidente que a deixou em choque.

Ela ligou para o 911, e tudo está documentado em um relatório do HCSO, que diz que um policial informou os operadores sobre o Humane Slaughter Act, lei que exige que os animais sejam deixados inconscientes antes de serem mortos, mas nada foi feito.

Até o momento, apenas um trabalhador foi preso por crueldade animal, acusado de matar um porco com um martelo.

De acordo com Kudo, há mais centenas de animais que ele acredita que deveriam ter chegado ao santuário. “O escritório do xerife teve a oportunidade de apreender todos esses animais legalmente. Eles tinham as provas”, explicou.

O escritório do xerife continua afirmando que esses casos levam tempo e que eles têm duas investigações em andamento.