Por Vinicius Siqueira (da Redação)
A Universidade do Sul da Califórnia (USC) é reconhecida por suas tradições inspiradas em Troia, uma marca em que o mascote da universidade, um cavalo branco, raça-pura Andaluz chamado “Traveler”, acaba sendo obrigado a tomar parte. As informações são do Global Animal.
O “Traveler” original apareceu pela primeira vez na USC em 1961, em uma partida inaugural do time de futebol americano contra o Georgia Tech. Desde então, sempre que a USC marca um ponto, a banda toca a música “Conquest” e o cavalo galopa em torno do Los Angeles Coliseum, local dos jogos do time.
O animal explorado atualmente nestas práticas consideradas “tradicionais” é já o sétimo na sucessão de cavalos. Mesmo tendo uma variação de raças ao longo do tempo, já que o primeiro era um cavalo árabe, enquanto o atual é um puro-sangue Andaluz, a cor de “Traveler” sempre foi branca.
Oficiais do PETA vêm fazendo uma campanha contra o uso de animais como mascotes de faculdades há anos, com grande ênfase no choque que os animais passam por serem rodeados pelos gritos dos fãs. A exploração tendo como objetivo o “entretenimento” os retirou de sua liberdade natural e de seu direito inato de andar por seu habitat sem nenhum tipo de obstáculo.
Por que os mascotes não são usados somente como inspiração para ação? Qual a necessidade de levar um animal para o momento dos jogos e, de forma cruel, obrigá-lo a passar por toda essa situação? 25 universidades ainda praticam esta forma de abuso com os animais nos Estados Unidos e está mais do que claro que não se trata de algo saudável para suas maiores vítimas.
“Nós somos contra animais serem capturados para o entretenimento”, disse o especialista de animais em entretenimento do PETA, Daniel Hauff, “e é justamente isso de que se trata”, comentou sobre a situação dos animais em eventos esportivos.
Segundo organizações de direitos animais dos Estados Unidos, a exploração de animais selvagens, quando são adotados como mascotes, ainda é pior, já que estes animais são capturados de seu habitat e mantém seus hábitos selvagens, portanto, podem oferecer algum perigo aos estudantes, da mesma forma que os estudantes oferecerão perigo ao animal, por não saberem os cuidados adequados a lhe dar.
Segundo Hauff, a solução para este problema é muito simples e popular na maioria das universidades: colocar um fã entusiasmado dentro de uma fantasia do mascote.
“Nós acreditamos que mascotes fantasiados são, sem dúvida, os embaixadores mais efetivos de seus times”, explica Hauff, que complementa, “mascotes humanos são mais versáteis que mascotes animais, que não podem interagir diretamente com a torcida, não podem entrar em hospitais para visitas, não realizam visitas em instituições de caridade e outras tantas coisas que um humano pode fazer”, e que pode fazer sem o menor problema e sem nenhum indício de exploração.
“É claro que dentro da fantasia está uma pessoa que escolheu estar lá e que entende as situações que passará, completamente diferente do animal explorado que é preso e obrigado a agir de uma dada maneira para o divertimento do público”.
USC não é a única universidade que abusa de animais em jogos de futebol americano, mas é uma das únicas que não tem nem mesmo um mascote fantasiado em seu elenco.
Circos
A situação de animais em circos e de animais capturados como mascotes é similar. Ambos foram retirados de seu habitat, são presos em celas ou gaiolas e são utilizados como objetos para o entretenimento humano. São dois lugares onde a exploração animal só significa o atraso e a falta de empatia para com a vítima óbvia da situação: o animal.
Diversos países e cidades ao redor do mundo estão banindo espetáculos de circos com exploração animal. São locais que tiveram coragem para enfrentar esta “tradição” cruel com os animais e podem servir como exemplo para as universidades americanas, que precisarão proibir o abuso em campeonatos esportivos universitários, caso tenham preocupação com a vida animal e com a abolição de qualquer forma de exploração a que eles são submetidos.