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Animais recolhidos das ruas esperam um lar em Recife (PE)

18 de abril de 2011
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Se uma das grandes dificuldades para que crianças órfãs ou abandonadas sejam adotadas é a preferência de muitos candidatos a pais por determinada cor de pele ou idade, para adotar um animal essa situação só piora. Como a maioria dos cães e gatos abandonados é proveniente das ruas – e aí é muito difícil que sua raça seja pura – as pessoas constantemente os descartam porque já chegam ao canil imbuídos de preferências, muitas vezes até preconceituosas.

“Existe muito preconceito com relação às fêmeas, por exemplo, basicamente por causa da menstruação. Muitos não sabem que, havendo a castração do animal, esse sangramento mensal será sanado e aí passam a excluí-las de suas opções de adoção”, conta o fundador da ONG Pet-PE, Jayme Medeiros. A Pet-PE fica localizada na beira-mar de Candeias, Jaboatão dos Guararapes, e abriga hoje cerca de 50 cães para adoção (que é a quantidade máxima permitida por lei).

Ao chegar no local, os interessados em ter um animalzinho perguntam logo pelos filhotes. Em seguida querem saber a raça e aí, quando as especificações não correspondem às suas expectativas, arranjam uma desculpa qualquer e vão embora de mãos vazias. De acordo com Medeiros, a ONG realiza cerca de 20 adoções por mês.

Por ser um local de receptação de animais, Medeiros e os outros voluntários da Pet-PE se deparam constantemente com as mais diversas situações de abandono.”Tem gente que chega aqui para deixar cachorros com cerca de 14 anos, ou seja, que passaram a vida inteira ao lado da família. Eles são descartados simplesmente porque a família enjoou ou porque agora pretendem comprar um filhote. É impressionante o desapego”, relata o fundador. No caso dos animais idosos, a situação torna-se ainda mais complicada. Por causa dos problemas de saúde característicos da idade, eles necessitam de um atendimento diferenciado. Os acolhidos na Pet-PE, por exemplo, recebem todos os dias um comprimido para as articulações, além de vitaminas específicas para a idade. “O custo que temos é ainda maior com esses animais. Por isso eu chego a desconfiar quando uma pessoa chega aqui querendo adotá-los, a tendência é que eles terminem seus dias aqui mesmo”. Atualmente a ONG tem cerca de seis cachorros com mais de 8 anos.

Para adotar um dos cães que estão no canil da PET-PE é necessário assinar um termo de compromisso, comprovar situação de moradia e condições de acolhimento. Casos de recém-casados e famílias com crianças menores de dez anos que pretendem adotar cachorros são acompanhados mais de perto, já que normalmente esse público acaba devolvendo o bicho ao canil. Em alguns momentos, nos casos mais gerais, é promovida uma investigação prévia e um acompanhamento posterior. O candidato à adoção pode, ainda, levar o animal sem compromisso, para fazer um teste de adaptação. “Ele fica com o animal por, no máximo, dois dias e aí nós avaliamos como foi a receptividade de ambos”, explica Jayme.

A ONG tem ainda um site onde os interessados podem conhecer os cães aptos para adoção. A visitação acontece todos os dias, das 10h às 16h. Outra opção para adotar animais é o Centro de Vigilância Animal (CVA), da Prefeitura do Recife. Lá, os animais sadios que são retirados das ruas permanecem por até três dias à espera de alguém que os acolha.

Fonte: NE10

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