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Animais que vivem no oceano profundo não são imunes às mudanças climáticas

31 de maio de 2020
2 min. de leitura
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Pixabay

Apesar de estudos sugerirem que as camadas mais profundas do oceano aquecem em uma velocidade bem mais lenta que a superfície, pesquisadores apontam que a fauna que vive no fundo do mar está cada vez mais exposta as consequências catastróficas das mudanças climáticas e do aumento da temperatura do planeta.

Um novo relatório publicado na revista Nature Climate Change afirma que esses animais enfrentarão desafios cada vez maiores para manter seus intactos seus habitats térmicos preferidos no futuro. O estudo foi realizado pela Universidade de Queensland, na Austrália, com a participação da Universidade de Hokkaido (Japão).

A pesquisa analisou os padrões globais de velocidade contemporâneos e futuros das mudanças climáticas no oceano profundo. Sua métrica descreve a taxa temporal e a direção das mudanças de temperatura, como uma representação de possíveis mudanças na fauna marinha em resposta ao aquecimento global .

Apesar do rápido aquecimento da superfície, a equipe descobriu que as velocidades médias globais do clima nas camadas mais profundas do oceano (mais de 1.000 metros) foram duas a quase quatro vezes mais rápidas do que na superfície durante a segunda metade do último século.

O ecologista climático Jorge García Molinos esclarece por que essa alteração é tão delicada para essas espécies. “Nossos resultados sugerem que a biodiversidade do fundo do mar provavelmente corre maior risco porque se adapta a ambientes térmicos muito mais estáveis”, disse o cientista.

E completa: “A aceleração da velocidade climática no oceano profundo é consistente em todos os cenários comprovados de concentração de gases de efeito estufa. Isso fornece uma forte motivação para considerar os impactos futuros do aquecimento do oceano na biodiversidade do oceano profundo”, esclarece.

Os autores do estudo afirmam ainda que embora a incerteza dos resultados aumente com a profundidade, a vida no oceano profundo também é limitada por muitos outros fatores além da temperatura, como pressão, luz ou concentração de oxigênio. Há ainda o impacto das atividades humanas.

“Sem saber se as espécies de oceanos profundos podem se adaptar a essas mudanças e quão bem elas podem se adaptar, recomendamos seguir uma abordagem de precaução que limite os efeitos negativos de outras atividades humanas, como mineração e pesca em alto mar, além de planejar de redes inteligentes de clima de grandes áreas marinhas protegidas para o oceano mais profundo”, conclui García Molinos.


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