(da Redação)
A companhia de um animal de estimação, seja a de um cão ou de um gato, pode fazer uma diferença significativa na qualidade de vida das pessoas, especialmente nas da terceira idade. Além do bem estar psíquico proporcionado a elas pela presença de um animalzinho em seu cotidiano, os cuidados exigidos por eles estimulam os idosos a se exercitarem, melhorando também sua saúde física.
Estudos realizados em diversos países apontam que os tutores de cães e gatos, nesse período da vida, sofrem menos de depressão, problemas relacionados à pressão sangüínea, freqüência cardíaca e capacidade motora, sendo estas questões reflexos das atividades físicas realizadas ao passear ou brincar com seu animal de estimação.
Segundo o médico veterinário e presidente da Comissão de Animais de Companhia (Comac), do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (SINDAN), Luiz Luccas, o assunto possui dimensões até agora não analisadas pelas autoridades brasileiras e cita, como exemplo, estudo feito na Austrália onde se estimou o impacto positivo da guarda de animais de estimação: uma economia de US$ 1.5 bilhões anuais para os gastos com saúde pública.
Apesar destas evidências, Luccas reforça que no Brasil estes benefícios são pouco explorados. Dados do Radar Pet, pesquisa inédita idealizada pela Comac, com representantes das classes econômicas A, B e C em oito municípios brasileiros, identificaram que apenas 30% dos lares formados por pessoas na terceira idade possuem animais de estimação. “A presença desses animais está muito relacionada aos lares com adolescentes e jovens, onde a presença supera os 50%. Lares de terceira idade possuem menor presença ao redor de 30%. Portanto muitos ‘jovens idosos’ acabam não se beneficiando das vantagens de ter um pet”, acrescenta.
A inversão deste índice, além de promover maior qualidade de vida para este segmento da população, poderia ainda minimizar os impactos de saúde pública que envolve o problema do abandono de animais. “Um cão e um gato adulto, geralmente os tipos de animais encontrados em casas de abrigo, se adequam melhor ao perfil dos idosos”, informa o veterinário. Eles se adaptam melhor ao novo lar e não tem os mesmos hábitos que os filhotes, sendo mais disciplinados nas brincadeiras, nos comportamentos e não tem a necessidade de estimular a dentição roendo objetos e móveis da casa.
Ao adotar um animal de estimação, o idoso deve estar ciente de que ele exige dedicação diária, além de alterar a rotina de uma casa, porém estas mudanças só trazem vantagens para os idosos.