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Animais obesos correm risco de infartar

11 de setembro de 2011
6 min. de leitura
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Sabe aquele animal dorminhoco, espertalhão, preguiçoso e amante de uma gordura, que não pode ver uma comidinha “dando sopa”, que já vai se deliciando?

Assim como o Garfield – o gato dos quadrinhos -, muitos outros animais na vida real estão com excesso de peso, excesso esse que dificilmente o tutor do animal consegue perceber, gerando assim uma preocupação crescente na saúde dos cães e gatos, que por muitas vezes já estão no nível elevado da doença.

De acordo com estatísticas da Assofauna, mais de 63% das famílias brasileiras de classe A e B possuem animais, considerando-os como membros da família.

Este número aumenta para mais de 64% quando se trata da classe C. Em cima desses números, 43% alimentam seus animais com comida caseira, 23% com alimentos industrializados e 34% misturam ambas as alimentações. Com isso, grande parte dos animais domésticos tem sofrido com a doença obesidade.

A obesidade não apenas pode surgir como também contribuir para um grande número de doenças como a hipertensão, diabetes, acidente vascular cerebral e até o infarto: “É muito difícil que o dono do animal sinalize a obesidade no seu animais”.

Muitas vezes ele só percebe quando é alertado pelo veterinário. Ele está todos os dias convivendo com seu animal, achando que aquela gordura não passa de uma coisa “fofinha” e “bonitinha”, mal sabendo ele que seu animal já está em risco, com sobrepeso e até mesmo diabetes. Tem tutor que dá feijão, pizza, biscoitinho por fora da ração, dá frutas, sem saber o quanto que isso é prejudicial”, sinaliza o médico veterinário Milton Abreu.

Milton compara ainda os malefícios da obesidade animal à medicina humana e ensina como verificar se o animal já está com a saúde em risco: “O cão e o gato quando obeso tendem a ter todas as doenças que o humano pode ter, porém, hoje com a evolução da medicina veterinária a gente consegue monitorar a pressão arterial com frequência.

Tenho visto esses riscos altíssimos em animais novos com sobrepeso e hipertensão, principalmente nos gatos que quando têm essas duas doenças, possivelmente, estão diabéticos também. Sendo assim, ainda em casa pode-se fazer uma análise prévia do seu animal, basta que o tutor observe se o abdômen está maior que o tórax.

Uma vez alterado, deve levá-lo imediatamente ao veterinário, onde lá será analisado se ele tem problema cardíaco, se já tem alteração renal e hepática para aí sim poder mudar a alimentação, sendo prescritas as três primeiras alimentações de perda de peso”.

Além dessas doenças, em geral a obesidade reduz a qualidade de vida e a longevidade. O problema, muitas vezes, do sobrepeso nos animais é que a comida nunca é escassa, já que nenhum criador gosta de ver seu animal “passar fome”, principalmente quando esta fome está associada ao olho grande: “Se você dá a quantidade adequada de ração Super Premium por dia e ainda dá uma fruta, você está contribuindo para que seu animal seja obeso. Engana-se quem acha que fruta não engorda.

Portanto, é fundamental que o tutor do animal tome devidos cuidados para que possam ser evitadas possíveis doenças já citadas, principalmente nos animais de raça Labrador e Dog Inglês, os quais já têm uma predisposição maior à obesidade”, acrescenta Milton, garantindo ainda que hoje já existam rações terapêuticas que fazem perder peso e medicações que fazem queimar gordura, prescritas apenas pelo veterinário: “Com tanta facilidade, para a prevenção e o tratamento, hoje só tem animal com sobrepeso quem quer”.

Abreu alerta também para cirurgias de castração. Segundo o veterinário, qualquer animal, de qualquer raça, que é castrado, ele tem os produtores dos hormônios particulares ao sexo cessados, tendendo então ao sobrepeso. E é nessa linha que o criador de animais de pequeno porte André Longuinho tem seguido ao longo dos anos. “Sempre criei meus cachorros e jamais fiz uma castração, pois entendo que o cachorro não foi feito para ser castrado. Este processo é muito perigoso, principalmente para a obesidade”.

Medidas preventivas

A reeducação alimentar é o primeiro passo para se evitar uma futura obesidade. Exercícios físicos também precisam ser praticados nos animais diariamente, segundo orienta o veterinário Milton Abreu: “O trabalho do veterinário é muito maior devido a ter que, além de tentar posicionar o animal a comer, ter que primeiro posicionar o tutor daquele animal, pois é preciso que ele tenha a consciência de que seu animal precisa comer somente aquilo e ponto final.

O animal precisa ter uma dieta adequada para evitar a obesidade, dieta essa indicada por nossa categoria, e que, de preferência, seja uma boa ração como a Super Premium.

Além disso, fazer exercícios de no mínimo 30 minutos por dia – corrida ou caminhada -, o que ajuda na queima de uma boa gordura. Feito isso, o animal melhora a circulação periférica e minimiza que ele venha a ter um problema crônico devido esta ter uma quantidade adequada de nutrientes”.

Agindo dessa forma há dois anos, a funcionária pública Aldenair Pugas garante que sua cadela Pérola, de raça Show-Show, nunca aumentou um grama em seu peso: “Não faço as vontades dela com nenhum tipo de guloseima.

Às vezes quando pego ela fuçando o lixo, percebo que tem algo de errado, como a falta de alguma proteína. Dou boa ração para que evite qualquer tipo de falta e educo-a para jamais pedir. Além disso, sempre desço com Pérola para passear 20 minutos por dia, momento em que ela se exercita e evita a obesidade”.

Outro cuidado que deve ser tomado com o animal, alertado por Abreu, está no momento da atividade física. “Deve-se evitar que o animal faça essa caminhada nos horários de sol mais forte, porque a incidência do raio solar nos animais de pequeno porte é maior, pois esses raios batem e vão direto ao coração e fígado”, conclui.

Além dessas dicas importantes, muitas outras são destacadas pelo veterinário, para a criação e prevenção do animal. Confira algumas dicas de Milton Abreu e garanta uma vida mais longa e saudável para o seu animal:

– Evitar dar alimentos do nosso dia a dia como comida, pão, doces, biscoitos;

– É fundamental que seu animal tenha um monitoramento com o veterinário, principalmente quando este já tem a obesidade;

– Pode-se perceber um animal obeso quando ele não se exercita como antes, cansa com mais facilidade, sempre ofegante com a língua para fora, ou muitas vezes com a mudança de cor nas mucosas como a língua, ao redor dos olhos, às vezes os animais ficam com uma cor fenótica (azulada), você joga uma bolinha e ele não corre atrás;

–  Nunca alimente o animal apenas uma vez ao dia, pois o animal que come uma vez só come uma quantidade maior, não digere bem o alimento e ainda corre o risco de os animais de grande porte e gigantes terem a doença torção gástrica (torção no estômago), já que a comida fermenta e o abdômen cresce, matando o animal em 30 minutos;

–  O animal de qualquer idade ou porte deve comer de duas a três vezes no mínimo, sempre em menor quantidade, até para que ele possa se exercitar melhor.

Fonte: Tribuna da Bahia

 

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