(da Redação)
Na África do Sul, rancheiros estão criando animais “mutantes” com cores exóticas e chifres maiores para atrair caçadores ricos, dispostos a desembolsar altas somas para matá-los. As informações são do Bloomberg e do The Week.
Esta é a nova tendência na importante indústria sul-africana de caça, que vale milhares de dólares. Animais como leões brancos ou gnus dourados, que raramente são encontrados na natureza, são criados especialmente por sua aparência estranha.
“A gente reproduz eles porque eles são diferentes”, diz o rancheiro Barry York. “Sempre se paga mais por animais muito adaptados, únicos, raros”.
A empresa Africa Hunt Lodge, baseada nos Estados Unidos, oferece a seus clientes pacotes de caça na África do Sul que incluem valores como 30 mil dólares para se matar um leão branco e 49.500 para um gnu dourado.
York afirma que mesmo com o lucro sendo seu principal objetivo, “conservação é um subproduto do que eu faço”. Criadores de animais selvagens para caça argumentam que o número desses animais tem aumentando ao mesmo tempo que a popularidade da caça de grandes animais.
Críticos da reprodução com seleção genética continuam céticos. “O que eles estão fazendo é criação de fazenda. Não é conservação”, afirma Ainsley Hay, diretora da Unidade de Proteção da Vida Selvagem, parte da Sociedade Nacional para Prevenção da Crueldade contra os Animais.
“Uma cabra-de-leque branca não vai contribuir para a população de cabras-de-leque porque é um mutante”, afirma ela. Animais com esses genes recessivos têm taxas extremamente baixas de sobrevivência na natureza, já que são mais fáceis de serem identificados pelos predadores. Também é comum o surgimento de doenças de pele e câncer nesses indivíduos.
A prática ganhou críticas até de caçadores. A Associação Sul-Africana de Caçadores e de Conservação de Caça pediu ao governo que regulasse a prática por interferir na seleção natural e aumentar o preço da caça.