O caos espalhado por Lázaro Barbosa, suspeito de cometer uma chacina em Ceilândia, no Distrito Federal, levou fazendeiros a abandonar suas propriedades por medo delas serem invadidas pelo criminoso, como ocorreu em diversas fazendas da região do DF e de Goiás. Com isso, muitos animais ficaram sozinhos e morreram de fome.
Para tentar evitar novas mortes, um grupo de fazendeiros criou um grupo em um aplicativo de mensagens para garantir a alimentação dos animais. Unidos, eles revezam e cada dia alguns membros do grupo vão às fazendas para cuidar de porcos, galinhas, cachorros e outros animais.
Uma dessas pessoas é a fazendeira Adenaide Mariana Oliveira, de 49 anos, que há seis dias abandonou a chácara onde mora por medo de Lázaro. “A gente tá vindo para olhar né. Porque alguns fazendeiros já até perderam porcos, cachorros. Porque a gente sai diante do terror que está acontecendo aí fica até sem poder alimentar ou dar água. Muitos morreram de fome”, contou.
Durval Oliveira, de 54 anos, e sua esposa também estão revezando com outros fazendeiros para cuidar dos animais. Ele lamenta as mortes daqueles que sucumbiram à fome e conta que percorreu 52 km na última quarta-feira (23) para alimentar galinhas, porcos e cães que estavam há dois dias sem comida. Com medo da propriedade ser invadida por Lázaro Barbosa, ele e a esposa foram para a casa dos filhos em Novo Gama, no Distrito Federal.
“Morrendo de fome e de sede os bichinhos ficam aqui jogados, isso tudo deixa transtorno para a gente. Estamos com medo. Não dá para confiar. Você fica aqui e não tem a confiança. Não sabe se aparece do nada um indivíduo para te surpreender”, lamentou Oliveira.
Ao falar sobre o revezamento feito pelos fazendeiros para cuidar dos animais, Adenaide contou que ninguém vai sozinho às fazendas justamente para não ficar vulnerável a possíveis ataques do criminoso que está invadindo propriedades, destruindo bens dos moradores e matando pessoas.
“A gente sempre vem em grupo. Hoje trouxe meus filhos e cunhado. Não dá para vir sozinho. E a gente vai revezando. Hoje vamos passar em outras duas fazendas para alimentar os animais”, explicou a fazendeira.