O relatório de 2024 da Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Silvestres (CMS) da ONU aponta que mais de 20% das 1.189 espécies migratórias estudadas estão em risco de extinção. As principais ameaças incluem a degradação de habitats e a caça, que afetam 75% e 70% das espécies, respectivamente.
A degradação dos habitats é impulsionada por atividades humanas, como agricultura, urbanização e turismo. A situação é alarmante, com muitas populações de animais migratórios em declínio acentuado. Um exemplo crítico é a borboleta monarca, cuja população caiu 90% nas últimas quatro décadas, devido à perda de algodoncilho, sua planta hospedeira.
Iniciativas de proteção
Nos Emirados Árabes Unidos, um projeto ambicioso visa plantar 100 milhões de sementes de mangue até 2030. Os manguezais são essenciais para várias espécies migratórias, proporcionando abrigo e alimento durante suas longas jornadas. Vidhyaa Chandramohan, fotoperiodista, destaca a importância da reserva de Khor Kalba, que abriga o manguezal mais antigo do país.
Além disso, a Grande Migração da África Oriental, que envolve milhões de gnus e zebras, enfrenta novos desafios, como a deforestação e a crise climática. Conservacionistas como Angela e Jonathan Scott alertam que a perda de florestas, como o bosque Mau, compromete a migração, afetando o ecossistema local.
Impactos do aquecimento global
O oceanógrafo Ralph Pace enfatiza que as mudanças climáticas afetam tanto as espécies migratórias quanto as não migratórias. As baleias jorobadas, por exemplo, enfrentam dificuldades devido à falta de diversidade genética, resultante da ausência de migrações. A pesca e os acidentes com embarcações também contribuem para a diminuição de suas populações.
A situação das mariposas monarcas é igualmente preocupante. Jaime Rojo, fotógrafo e conservacionista, relata que a área de hibernação das borboletas no México encolheu drasticamente, passando de 20 hectares na década de 1990 para apenas um hectare atualmente. A combinação de herbicidas e a expansão agrícola são fatores críticos para essa redução.
O relatório da CMS destaca a urgência de ações efetivas para proteger essas espécies e seus habitats, visando garantir a biodiversidade em um mundo cada vez mais ameaçado.
Fonte: Portal Tela