Das seis tartarugas marinhas reintroduzidas no mar, cinco são da espécie verde e uma da cabeçuda. As primeiras, são animais que chegaram ao centro na segunda quinzena de maio debilitados devido à ingestão de lixo. A cabeçuda, um animal subadulto pesando hoje 54 quilos, apresentava fraturas no casco, provavelmente por choque com alguma embarcação. Conforme o veterinário Rodolfo Pinho da Silva, do Cram, esta última teve o casco reconstituído.
Das 32 tartarugas que se encontravam no centro de recuperação na quinta-feira da semana passada, estas são as primeiras com tratamento concluído e recuperadas. Outras sete morreram. Dezenove continuam em tratamento e em processo de recuperação. O filhote de lobo-marinho, com idade entre seis e oito meses, estava há aproximadamente um mês no Cram, onde chegou com ferimento em uma nadadeira e magro.
A pardela-preta, uma ave oceânica das ilhas subantárticas que usa a costa do Rio Grande do Sul para alimentar-se, estava internada no Cram por ter sido encontrada desidratada e debilitada. Para a recondução ao mar, a equipe técnica colocou os animais em caixas apropriadas e os transportou até a beira da praia do Cassino. Lá, primeiro levou para a água as tartarugas verdes. Enquanto isso, a cabeçuda, já fora da caixa, começou a deslocar-se em direção ao mar. Ela andou parte do caminho sozinha, com toda sua lentidão. Depois, os técnicos a pegaram e a carregaram para a água, agilizando o acesso ao seu habitat.
Tão logo foi liberada, a pardela-preta saiu voando sobre o mar. Já o filhote de lobo-marinho foi para a água e ficou um bom tempo brincando na parte rasa, mostrando-se satisfeito com o retorno ao seu ambiente. O veterinário Pedro Bruno, também do Cram, disse que a liberação é a parte mais gratificante do trabalho no Cram, ou seja, “ver, depois de um tempo em tratamento, os animais recuperados e de volta à natureza”.
Antes de serem reconduzidos ao mar, as tartarugas foram anilhadas e o lobo-marinho recebeu um brinco, objetos com a identificação e dados da passagem desses animais pelo Cram, para, caso sejam novamente encontrados, possibilitar aos técnicos ampliar os conhecimentos sobre as características e deslocamentos deles.
Fonte: Jornal Agora