Os desafios globais abordados neste estudo ressaltam a importância de decisões coordenadas e ações concretas para garantir o futuro das abelhas e, em consequência, da segurança alimentar. Investir em soluções sustentáveis, que levem em conta as mudanças climáticas, é crucial para evitar que as abelhas deixem suas áreas tradicionais de polinização, impactando a biodiversidade e a agricultura de maneira global.
O declínio das populações de abelhas na América do Sul até 2050 é uma projeção preocupante motivada pelas mudanças climáticas. Um estudo da Universidade Federal do Paraná (UFPR) mostra que esses animais indispensáveis podem deixar a região em busca de melhores condições climáticas devido ao aumento das temperaturas, causado principalmente pelas emissões de carbono. Essas mudanças afetam diretamente as abelhas, que são essenciais para a polinização de culturas agrícolas.
As projeções climáticas para 2050 indicam que a porção Sudeste da América do Sul enfrentará um aumento significativo nas temperaturas médias, tornando o ambiente menos hospitaleiro para as abelhas.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), sem ações eficazes de mitigação, o aquecimento global continuará a impactar negativamente a biodiversidade, incluindo relevantes polinizadores como as abelhas. Essa situação se agrava quando consideramos a importância das abelhas na segurança alimentar global, devido ao seu papel crucial na polinização.
A migração possível das abelhas sul-americanas a climas mais secos e frios também é um ponto de atenção. Embora algumas espécies tenham demonstrado certa capacidade de adaptação, o aquecimento global representa um desafio à sobrevivência dessas populações. A migração das abelhas poderia causar consequências severas nas práticas agrícolas, aumentando a incerteza sobre a produção de alimentos.
Medidas de adaptação e mitigação
Para mitigar esses efeitos, é preciso implementar com urgência estratégias de adaptação e conservação. Medidas governamentais devem incluir a criação de refúgios em áreas adequadas climaticamente e investimentos em pesquisas destinadas à adaptação dos habitats das abelhas. Proteções ambientais, como a redução de gases de efeito estufa, são essenciais.