Ano Novo, finais de campeonatos de futebol, entre outros eventos em que há grande concentração de fogos de artifício viram pesadelo para os animais. Nestes casos, apavorados e desnorteados, os bichos de estimação acabam escapando das residências em que vivem e não conseguem voltar.
Levantamento feito pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Bauru (SP) mostra uma pequena diferença no número de animais capturados no início e no final de cada ano. Em 2007, entre janeiro e março (quando há resquícios da virada do ano) foram capturados 717 cães. Já entre outubro e dezembro do mesmo ano foram 563 capturas. No ano seguinte, no primeiro trimestre foram 614 cães encontrados pelo CCZ. Nos últimos três meses do ano foram 707 animais.
“Nos dois anos, a média de animais capturados em cada trimestre foi a mesma, 644. Em 2007, o índice foi maior nos primeiros meses do ano, que pode ou não ser justificado pelo aumento de animais que se perderam por medo dos fogos de artifício. A única coisa que posso afirmar é que em períodos de rojões, como Ano Novo e jogos de futebol de grandes times, aumenta o número de pessoas que ligam para o CCZ recolher animais que estão na rua”, revela Flávio Tadeu Salvador, diretor da Divisão de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde.
“Em dias de muita chuva com grandes trovoadas isso também ocorre. Mas esses números não são justificados pelo abandono do animal, e sim pelo fato de que os bichos se assustam e acabam escapando da residência na tentativa de fugir do barulho. No final, não conseguem retornar”, complementa.
Abandono de animal é crime previsto na lei municipal 4.286/98. Por isso, o CCZ tem trabalhado no conceito de “guarda responsável” com as pessoas que procuram o local para adotar um animal. Os interessados em ter um bichinho passam por triagem e orientação. “Identificamos se há condições do animal ir para uma nova casa, se terá um espaço para ele ou se ficará isolado em um quarto amarrado, vemos se ele será bem aceito por todos da família.”
Fonte: JCNet