(da Redação)
Os americanos gastaram cerca 370 milhões de dólares em trajes para seus animais domésticos este ano. Este gasto acontece de forma insensata e antiética, de maneira que os animais acabam se tornando um bibelô de seus tutores e representa 70 milhões de dólares a mais do que a despesa do ano passado, e um aumento de 65% em relação ao que eles gastaram em 2010. Estima-se que cerca de 22 milhões de animais domésticos, nos últimos dias, foram submetidos a vestir uma roupa típica de Halloween.
Pesquisas apontaram que 15% dos norte-americanos compraram roupas de Halloween para seus animais domésticos e gastaram somente três vezes mais em fantasias para as crianças do que para os animais. As informações são da Care2.
O comércio de vestuário para animais de companhia vem crescendo de forma exponencial. Não se restringe mais a jogar um lenço ou um chapéu de Papai Noel em um cão. As fantasias mais populares do ano passado para animais domésticos eram de abóboras, demônios e cachorros-quentes, mas neste ano se pode ver roupas ainda mais extravagantes, com cães vestidos como tacos, gambás, giz de cera, dinossauros, chefs, princesas, duendes, flores e até mesmo como o personagem Gumby.
Conforme a própria reportagem da Care2 comenta, esta tendência segue um caminho “simplesmente errado”. Nossos animais domésticos não são nossos brinquedos, para serem transformados em versões em miniatura de nós mesmos. Será que eles realmente iriam concordar com este tratamento se tivessem uma palavra a dizer sobre isso?
Será que qualquer cão que se preze gostaria de aparecer destas formas bizarras?
Eileen Proctor, proprietária de um “resort e spa” para animais domésticos, alerta que as roupas para animais podem não ser seguras.
Do The Denver Post:
“Não assuma que só porque uma empresa está vendendo uma roupa para animais, esta roupa seja adequada”, avisa Eileen. “E não cometa o erro de acreditar que seu cão irá adorar a brincadeira humana ‘Doces ou Travessuras’, seja vestido a caráter ou não”.
Eileen, dona do Villa La Paws in Castle Rock e consultora para o mercado de pet, diz que os tutores devem seguir esta regra básica: “Se o cão parece infeliz, ele provavelmente está”.
Mas, se está claro que o uso de fantasias ou roupas em animais podem causar problemas, por que os humanos continuam insistindo em usá-las?
“Na nossa sociedade, as pessoas estão interessadas em sua aparência e nos acessórios que falem sobre elas”, disse Richard Parrott , presidente da Ricky’s NYC à Newsweek. “E animais de companhia, de alguma forma, são como acessórios. Eles são parte de sua vida, mas eles são a extensão do tutor”, defende Parrot.
Dr. Stephen Zawistowski, conselheiro em Ciência para a American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (ASPCA), tem uma visão diferente do assunto. Para ele, as pessoas vestem seus animais pois acham isso bonito.
Os animais não são brinquedo ou objeto, nem precisam atender às vaidades humanas. Eles não precisam de roupas, muito menos de acessórios para ficarem mais bonitos; eles devem ser respeitados e amados exatamente como são.