Os animais criados em fazendas industriais suportam vidas curtas e árduas, com mobilidade e conforto mínimos. No entanto, quando colocados em ambientes naturais e espaçosos, esses animais revelam personalidades complexas.
A sociedade frequentemente nos condiciona a perceber os animais de fazenda como seres sem sentimentos e carentes de personalidade, indignos de respeito ou dignidade. Essa percepção é reforçada através da linguagem quando pessoas desonestas são chamadas de “porcos”, por exemplo.
Esse condicionamento linguístico alivia a culpa associada ao consumo de animais e à tolerância ao mau tratamento deles em fazendas industriais. Se os animais são percebidos como não pensantes e possivelmente não plenamente conscientes, torna-se mais fácil justificar seu confinamento e abate. Mas eles exibem uma variedade de comportamentos e dinâmicas sociais que desafiam essa visão redutora.
As vacas são animais extremamente sociais. Desde o nascimento, a mãe de uma vaca forma um forte vínculo com seu bezerro lambendo-o por horas. À medida que crescem, elas desenvolvem grupos sociais dentro de seus rebanhos e frequentemente formam amizades duradouras.
Estudos mostraram que estar perto de seu melhor amigo reduz os níveis de estresse de uma vaca. Em ambientes naturais, elas se envolvem em comportamentos lúdicos semelhantes aos dos cães, como correr, perseguir e brincar com objetos.
Os porcos são altamente inteligentes e brincalhões, envolvendo-se em atividades uns com os outros, com objetos e sozinhos. Essa brincadeira é crucial para seu desenvolvimento cognitivo. Eles também exibem traços de personalidade distintos, com estudos encontrando correlações entre seus níveis de extroversão ou introversão e seu otimismo ou pessimismo, semelhantes à psicologia humana.
As galinhas passam seu tempo forrageando, tomando sol e tomam banho de poeira. Os pintinhos são particularmente brincalhões, envolvendo-se em atividades como lutinhas e brincadeiras. As adultas, embora menos brincalhonas, preferem ficar próximas umas das outras, destacando sua natureza social.
Não importa o quanto a ciência possa nos provar sobre as personalidades desses animais, a cada ano, milhões deles sofrem em fazendas industriais. Eles são privados da oportunidade de brincar, explorar, criar laços e expressar seus comportamentos naturais. Esse confinamento não é um reflexo de sua natureza, mas sim das condições a que são forçados.
