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Animais exóticos de Michael Jackson teriam sido vítimas de maus-tratos

29 de junho de 2009
3 min. de leitura
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Um chimpanzé dançarino, quatro girafas e muitos outros animais exóticos: o excêntrico ícone pop Michael Jackson, que faleceu na última quinta-feira (25), deixa, além de uma herança artística impressionante, um enorme legado de animais que mantinha em seu rancho, nos EUA.

Para preocupação dos grupos de defesa dos animais, Jackson montou um zoológico particular em Neverland, seu rancho de 1.050 hectares nas colinas de Los Olivos, no estado da Califórnia.

A maior parte dos animais já havia sido levada para diferentes lugares nos últimos anos, à medida que os problemas pessoais e financeiros do ‘rei do pop’ se agravavam.

O “mascote” mais famoso de Jackson, o chimpanzé Bubbles – explorado como cobaia em um laboratório médico –  foi adotado pelo cantor em 1985, e vive há quatro anos no Centro para Grandes Primatas da Flórida, informou a diretora do refúgio, Patti Ragan.

Desde que Bubbles chegou à reserva, Jackson jamais foi visitá-lo e sequer mandava dinheiro para ajudar, disse Ragan à AFP.

“Até este momento, todas as doações para o cuidado de Bubbles vieram de pessoas que ajudam o centro. Dependemos de doações”, informou.

No site do refúgio, uma foto de Bubbles ilustra um banner do centro pedindo contribuições.

Ragan estimou em 16.000 dólares o custo anual para cuidar de cada primata. Um chimpanzé pode viver até 50 anos.

Quando Jackson teve filhos, entregou Bubbles para Bob Dunn, um treinador de animais de Hollywood.

Procurado pela AFP, Dunn não quis fazer comentários, explicando que estava no meio de negociações para dar declarações exclusivas sobre Bubbles.

Ao tabloide britânico News of the World, Dunn disse que Jackson considerava o chimpanzé como “seu primeiro filho” e o visitava regularmente, embora não lhe dispensasse um tratamento ético (“emprestar” um amigo para servir de cobaia em experiências médicas não é uma atitude exatamente amorosa).

A associação de defesa dos animais Peta denunciou ser muito difícil descobrir o que aconteceu com a maioria dos animais do zoológico de Jackson.

Lisa Wathne, especialista em animais exóticos em cativeiro da Peta, se mostrou particularmente preocupada com dois orangotangos, enviados para um criador particular em Connecticut, e com répteis, acolhidos por um zoológico de Oklahoma.

“Acontece com muita frequência, inclusive com as pessoas que têm boas intenções, como certamente era o caso de Michael Jackson, que elas não têm habilidade para cuidar adequadamente desses animais”, lamentou.

“E infelizmente, no caso de Michael Jackson, houve problemas financeiros que fizeram com que estes animais fossem espalhados pelo mundo. Para ser franca, não sabemos onde foi parar a maioria deles”.

Em 2006, a Peta apresentou um queixa às autoridades americanas, denunciando que os animais exóticos de Neverland estavam sendo maltratados. Uma inspeção no rancho, no entanto, não encontrou evidência de abusos.

Os dois tigres de Jackson, Thriller e Sabu, foram levados para uma reserva animal na Califórnia, dirigida pela ex-atriz Tippi Hedren.

A fundação Voices of the Wild, que mantém um refúgio animal no Arizona, adotou as quatro girafas de Neverland, além de vários répteis e aves exóticas, entre elas a arara Rikki, que era considerada a favorita de Michael Jackson.

Freddie Hancock, fundador e diretor do grupo sem fins lucrativos, pediu aos fãs do cantor que enviem doações para que o refúgio consiga manter os animais.

(Com informações da AFP)

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