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Animais estão livres da mutilação

28 de julho de 2013
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Cão da raça pit bull que teve orelhas cortadas por questões estéticas (Foto: Divulgação)
Cão da raça pit bull que teve orelhas cortadas por questões estéticas (Foto: Divulgação)

Rottweiler sem rabo, pit bull sem orelha e gatos sem unhas. Mutilações como essas, que já foram muito comuns no Brasil, não são mais permitidas por força de lei.

A lei federal que proíbe que os veterinários cortem o rabo e orelhas dos cães por razões estéticas ou as unhas dos felinos para impedir que destruam os móveis atende a pedido feito pelo Ministério Público do Estado de São Paulo ao Conselho Federal de Medicina Veterinária.

Os veterinários que a descumprirem serão alvo de punições que vão de multas até suspensão do registro profissional.

A veterinária Bianca Jacob Shimizu, da ONG Cão Paixão, explica que o corte do rabo (caudectomia) era feito em raças que, por definições estéticas, deveriam ter a cauda curta, como doberman, boxer, pincher, rottweiller, poodle e yorkshire. Já o encurtamento da orelha (conchotomia) era praticado em pit bulls, dog alemão e doberman.

A novidade também é aprovada pelo veterinário Alessandro Galhardo, de 40 anos, da clínica “É o Bicho”. “O rabo do cachorro está diretamente ligado à medula espinhal. Um procedimento malfeito pode gerar problemas na coluna, infecções e ainda facilitar a contaminação por alguma doença. Sou a favor da nova lei”, diz.

Outro risco da prática é provocar desequilíbrio no animal. O cachorro pode passar a perseguir para sempre o rabo fantasma. “Pode causar sequelas muito sérias, como sensação de presença de um membro ou dor fantasma por toda a vida”, comenta a veterinária.

Para Bianca, a aprovação da lei é um grande passo para a causa animal. “Deveria mesmo haver punição para criadores e tutores que realizam a caudectomia. Muitos faziam isso sem a presença do veterinário, de maneira atroz e sem nenhuma preocupação com higiene, analgesia ou bem-estar do animal”, afirma.

“Tinha gente que cortava em casa, com tesoura ou facão. Além dos diversos riscos, geralmente acaba ficando um pedaço do osso. Então, o cachorro fica com dor e ainda perseguindo para sempre o rabo fantasma”, acrescenta Gualhardo.

Fonte: Jornal A Cidade

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