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Animais em risco de extinção renascem em Chernobyl

18 de julho de 2010
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O desastre em Chernobyl equivaleu a 400 bombas iguais à de Hiroshima. As radiações depositaram-se na região. Os humanos tiveram de sair e os animais reclamaram o seu espaço. Uns falam em paraíso na Terra, outros que as radiações prejudicam a fauna e flora.

Imagine-se um lugar sem pessoas, sem pesticidas, sem indústria, sem trânsito, onde os animais vivem em total liberdade e reclamam aquilo que um dia chegou a ser deles. Esse lugar existe: é numa zona que abrange a Ucrânia e a Bielorrússia, mas só é assim porque, em 1986, ocorreu lá o maior desastre nuclear de sempre. A radiação de Chernobyl, que impediu os humanos de voltarem à região, não afetou o espírito curioso dos animais que invadiram as cidades e as casas onde as pessoas viviam. Há até 14 espécies em vias de extinção que estão usando esta região livre de pessoas para renascerem.

No dia 26 de abril de 1986, o quarto reator da central nuclear de Chernobyl, no norte da Ucrânia, explodiu, o que resultou na libertação de material radioativo e a subsequente evacuação da região. Mais de 135 mil pessoas tiveram de abandonar as suas casas. O que não fez caso foi a fauna (e também a flora) que, sem humanos, também não tinha quem a impedisse de vaguear à vontade pela zona. Foi assim que surgiu o boom de biodiversidade na região.

Animais como o lince, bufos-reais, garças-brancas, cisnes, ursos e lobos introduziram-se na zona deserta próxima de Chernobyl. Sem quem os cace, os lobos formaram matilhas. A cadeia alimentar fortaleceu-se, pois tudo voltou ao ritmo normal da natureza. Voltou a ver-se javalis na zona, e até os cisnes voltaram para nidificar. Vendo tal biodiversidade, o ser humano resolveu dar uma ajuda e também introduziu animais. O caso de maior sucesso é o do cavalo de Przewalski, o equídeo mais próximo do cavalo original, que transportou as tropas de Átila, o Huno, e que estava em perigo de extinção. Aliás, foram 14 as espécies em perigo que conseguiram reaparecer na região “nuclear”. Na Bielorrússia, a zona foi já considerada, oficialmente, reserva natural.

Apesar disso, há quem considere que as radiações estão prejudicando a fauna e a flora – estudos indicam que são precisos 900 anos para eliminar qualquer rasto de partículas nucleares de Chernobyl. Os vários estudos são inconclusivos, mas… os animais não se importam.

Fonte: DN Ciência

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