Uma fábrica de estofados que funcionava em um prédio de três andares do distrito de Icoaraci, em Belém (PA), pegou fogo na manhã desta sexta-feira (18/11). O local fica na travessa São Roque, próximo ao PM Box na avenida Augusto Montenegro, no bairro da Campina. Nenhuma pessoa se feriu, mas três gatos e um cachorro morreram no local. A perda do empreendimento foi total. Por volta das 10h45, o Corpo de Bombeiros Militar do Pará confirmou que o incêndio já tinha sido controlado. A causa do fogo ainda não foi oficialmente identificada.
Na função de oficial tático para controlar o incêndio, o capitão Vilhena, do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, explicou que o foco principal do fogo era na fábrica de estofados e que a fumaça e a temperatura acabaram atingindo e provocando outros prejuízos em três residências próximas.
“A gente teve a fábrica de estofado, que foi o foco principal e tivemos três casas que foram atingidas pela fumaça e pela temperatura. O fogo foi só numa casa [a fábrica]. Outras casas da parte de trás foram atingidas apenas pela fumaça e pela temperatura, que acabou esquentando um pouco a estrutura da casa e causou o estouro de reboco, de parede. Queimou a laje das casas, o forro de PVC das casas. Na fábrica foi perda total. Mas só vamos poder falar de fato o que aconteceu após a perícia de incêndio.” detalhou o capitão.
Um dos trabalhadores da fábrica de estofados, Álvaro Tadeu, de 50 anos, estava trabalhando no local quando o fogo começou. Ele conta que a fábrica funcionava no térreo e que a residência dele era nos andares superiores. A edificação tinha partes de madeira e de alvenaria. Quando o fogo começou, ele estava sozinho com os animais, que ele tentou salvar, mas não houve tempo para resgatar a todos:
“Essa é a Princesa, ela está bem. O outro conseguiram tirar lá pelo outro lado, mas só esses dois. Eu estava trabalhando, tentei apagar (o fogo) mas não consegui. Os vizinhos do lado também tentaram jogar água lá de cima para apagar, mas não conseguiu”, relata, ainda muito abalado.
Na frente da fábrica de estofados, no mesmo terreno, funcionava uma loja de roupas do empresário que se identificou como Anderson Rodrigues. A casa dele, também nos altos, chegou a ser uma das afetadas pelo calor e pela fumaça. Ele conta que tem uma suspeita de como tenha começado o incêndio:
“O vizinho estava querendo matar o ninho de caba, ele estava usando fogo. Aí o ninho deve ter caído aí na parte da fábrica e, como é um material bastante inflamável, se espalhou rápido. Caiu tudo, caiu a laje, caiu o forro. Agora só quando a Defesa Civil chegar e a perícia terminar de olhar que a gente vai saber se ainda vai poder ficar aqui ou se a gente vai ter que ir embora”, comenta.
Atrás da fábrica de estofados, já na rua Taboraí, funciona uma movelaria, que também foi afetada pelo incêndio. A mãe da dona do local, Natalina Sarmento, conta que a parede dos fundos da movelaria é a mesma dos fundos da fábrica de estofados, e foi o local que logo superaqueceu, ficando escurecida. Assustados, ela e alguns parentes começaram a tirar todos os objetos de dentro da loja:
“Foi muita fumaça, ficou muito gente. A gente começou a tirar tudo! Tem uma passagem, aqui pelo lado, que dá lá para a fábrica, porque, na verdade, tudo aqui é da mesma família”, ela conta.
Enquanto a equipe da redação integrada de O Liberal esteve no local, a perícia de incêndio ainda não havia chegado para analisar os riscos de desabamento e as condições de moradia nas residências afetadas. Os moradores do local contabilizam os prejuízos e lamentam a perda dos animais.