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Animais de estimação

10 de junho de 2009
3 min. de leitura
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Cães, gatos, pássaros criados para serem companhia dos seres humanos também têm seus direitos violados. A eugenia praticada contra cães e gatos leva diversas “raças” desses animais a apresentarem problemas congênitos ou tendência a desenvolver certos tipos de doenças (por exemplo: gatos persas com focinho achatado têm lacrimação excessiva nos olhos; cães com muitas pregas na pele têm problemas de circulação). Cadelas e gatas “matrizes” (que geram as ninhadas que serão comercializadas) estão constantemente prenhes para alimentar a demanda por animais de estimação. Mãe e filhote são separados muito cedo, ambos sofrendo com esta separação precoce. Nas pet shops, ou mesmo nas ruas, onde são vendidos, é comum que os animais estejam sedados para não causar transtornos aos vendedores. O problema não cessa aí, porém. É muito comum que, desconhecendo as necessidades dos animais, e não dispostos a assumir toda a responsabilidade que cuidar deles requer, seus “proprietários” não observem as medidas necessárias para sua saúde e segurança ou, em alguns casos, os submetam a castigos físicos ou os abandonem nas ruas. O resultado é uma enorme população de animais de rua, expostos a doenças, a maus-tratos adicionais, a serem recolhidos por centros de controle de zoonoses ou abrigos. Como a demanda – e as fugas ou abandonos – não cessam, tais abrigos não são capazes de solucionar o problema. Pelo contrário, vivem superlotados, e as condições de vida neles dificilmente podem ser descritas como uma solução para o problema de animais abandonados, que nesses lugares vivem amontoados, em condições insalubres e mal nutridos. À medida que sua idade avança, as chances de serem adotados para receberem os cuidados devidos se tornam cada vez mais escassas. Já nos centros de controle de zoonoses a possibilidade é de que estes animais sejam mortos como medida de controle populacional e em nome da saúde pública. Fica claro, portanto, que a solução para o problema dos animais de rua é o fim do comércio, que passa pela conscientização dos seres humanos que este comércio é antiético, por ser uma negação da condição de sujeitos desses animais. Além disso, os defensores dos direitos animais estimulam a adoção de animais abandonados, e a “guarda responsável”, zelando pela saúde e segurança desses animais, para que eles tenham condições de vida dignas até a morte natural.

Não se pode ignorar também o problema da alimentação de cães e gatos domésticos, baseada em fontes de origem animal. O cão é onívoro e adapta-se bem a uma dieta vegetariana que observe todas as suas necessidades nutricionais. O gato pode se adaptar a uma dieta vegetariana, mas necessita de suplementação de taurina, uma proteína que não existe em fontes vegetais. Cinicamente, muitas pessoas questionam a ética de se alimentar cães e gatos de fontes estritamente vegetais, julgando isso “antinatural”, esquecendo-se que toda a forma como eles são criados por seres humanos é antinatural – incluindo a dieta artificial com fontes de origem animal. O que importa para esses animais é que sua alimentação lhes forneça todos os nutrientes necessários para sua saúde, e isso é possível com uma ração vegetariana cuidadosamente elaborada. Infelizmente, existe apenas uma marca de ração vegetariana para cães no Brasil. Entretanto, a conscientização do consumidor pode mudar este panorama, desde que haja uma demanda por opções mais éticas para a alimentação de animais domésticos.

* Com informações extraídas do site do Projeto Esperança Animal (www.pea.org.br)
** Revisão de Sérgio Greif

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