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Animais que correm risco de extinção morrem por causa da seca no Piauí

19 de dezembro de 2013
3 min. de leitura
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A seca que há três anos castiga o Piauí está acabando com as árvores e animais selvagens. Alguns animais que correm risco de extinção estão morrendo de fome e sede na região Sul do estado.

Os moradores dos vilarejos localizados próximos aos Parques Nacionais estão sofrendo com uma estiagem que já dura três anos e por conta disso estão invadindo a Reserva Nacional da Serra das Confusões em busca do que comer. Enquanto isso, os predadores caçam fora do parque. Nem o tamanduá bandeira escapa. Em um abrigo natural a equipe do Bom Dia Piauí encontrou ossos de pelo menos quatro animais. “É um animal que está na lista oficial de extinção. Por isso a nossa preocupação”, explicou o chefe do parque José Wilmington Paes Landim.

Por falta de comida, no interior do Piauí as onças estão saindo dos parques nacionais para caçar nos vilarejos vizinhos. Só o agricultor Orleide José da Silva Reis perdeu dez cabeças de ovelhas e de cabras nos últimos três meses. “Nós soltávamos os animais e quando chegava a hora de recolher eles estavam faltando. Os predadores caçam fora do parque”, disse.

Com a ajuda do mateiro Adão dos Reis, que conhece bem esses caminhos, a equipe de reportagem seguiu pela caatinga em busca de animais ameaçados pela seca. Em outro ponto da mata, o seu Adão encontrou, a carcaça de um tatu bola, animal muito típico na região. Ao ser questionado pela repórter sobre a causa da morte do animal, o mateiro responde que o animal pode ter sido morto pela fome ou sede.

“Digo isso porque quando ele é capturado pelo caçador ou mesmo pela onça, a gente vê que tem furo das presas da onça, já quando é o caçador, ele não fica inteiro assim porque ele sempre corta com as pontas do facão e pra identificar melhor eu estou vendo que o animal morreu magro, pois ele é um animal que engorda muito, ele cria muita gordura e esse aqui estava muito magro, pequeno ainda”, explicou Adão Reis.

Uma equipe de reportagem, com a ajuda do biólogo do parque da Serra da Capivara Fernando Tizianel, entrou na mata para tentar identificar algumas espécies que não resistiram à estiagem. Segundo ele, até a árvore angico preto, típica de mata seca, não resistiu. “Ela tem uma resistência para suportar baixas precipitações de chuva.”

Os pesquisadores que monitoram os répteis da região há dois anos estão preocupados. “Algumas espécies com ocorrência bem abundante no primeiro ano, nesse segundo ano com a seca mais proeminente não estão caindo nas armadilhas”, explicou a pesquisadora do Instituo Chico Mendes, Juliana Rodrigues.

Ela explicou que até os animais mais resistentes à seca estão correndo risco. “Se essa seca se prolongar por muitos anos essas populações podem flutuar a ponto de eles não se restabelecerem e ocorrer uma extinção local ou algo nesse sentido.”

Até 2010, a média de chuva na região era de 600 milímetros por ano. Em 2012 caiu para 200 milímetros. Em outras palavras, a árvore que recebia três litros de água por ano, agora só recebe um terço disso. “Ela tem recebido apenas um litro por ano e isso tem sido insuficiente para a planta”, completou o biólogo.

Fonte: G1

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