Animais estão correndo risco de morte depois que as 29,9 toneladas de piche asfáltico foram derramadas no Córrego Sarandi após um acidente com um caminhão na Via Expressa, em Contagem (MG). De acordo com o jornal Estado de Minhas, o material tóxico ainda não atingiu a Lagoa da Pampulha.
Em uma ação emergencial conjunta entre as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem barreiras de contenção foram instaladas, nesse sábado (19/3), para evitar que o piche contamine as águas de um dos principais cartões postais de BH.
Por meio de nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que animais foram atingidos, mas não há registro de mortes. “Alguns animais ficaram presos no material asfáltico e foram resgatados, limpos e soltos no Parque Ecológico Francisco Lins do Rêgo”, relatou a PBH. Ainda segundo a nota, clínicas veterinárias parceiras estão mobilizadas para recebimento de animais, em caso de necessidade.
O coordenador do Grupo de Resgate Animal do UniBH, Aldair Junio Woyames Pinto, contou que um frango d’água foi resgatado. O animal foi encaminhado para o hospital da universidade e depois deve seguir para o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Belo Horizonte.
“Apesar de existirem várias empresas no local trabalhando para conter a situação, há sim a possibilidade de morte de animais”, conta o coordenador.
A pessoa que tiver interesse em ajudar o grupo de resgate pode fazer um Pix para o auxílio na compra de instrumentos, transporte e remédios. O número é: 16.665.283/001-20.
Neste domingo (20/3), os trabalhos continuam para retirada e contenção do material. A empresa responsável pelo desastre, a Indústria Nacional de Asfaltos S/A, contratou a empresa Ambipar para conduzir os trabalhos de mitigação dos riscos e recolhimento do material.
Além disso, equipes da Defesa Civil, Sudecap, Meio Ambiente e Fundação de Parques da Prefeitura de Belo Horizonte, Copasa, Fundação Estadual do Meio Ambiente, Secretaria de Meio Ambiente e Defesa Civil de Contagem estão mobilizados nos trabalhos de contenção e acompanhamento dos riscos ambientais provocados pelo desastre.
Estratégia de contenção
O plano de emergência para conter o avanço do piche pelo leito do Córrego Sarandi conta com a instalação de três barreiras de contenção. As estruturas foram montadas em pontos estratégicos. A primeira está localizada no “Ponto Zero”, local do acidente na Via Expressa, em Contagem. A segunda está no “Ponto Um”, que fica debaixo do entroncamento das avenidas Otacílio Negrão de Lima e Atlântida, em Belo Horizonte. E a última, a “Ponto Dois”, localizada a cerca de 150m à frente do “Ponto Um”, próximo ao Parque Ecológico José Lins do Rego, na Pampulha.
Por meio de nota, a Prefeitura de Contagem informou que, na manhã deste domingo, as barreiras estão cumprindo bem a função de bloqueio. E embora nenhum material tenha passado para a Lagoa da Pampulha, a Ambipar vai instalar mais “uma ou duas barreiras de prevenção, devido ao cenário de possíveis chuvas na próxima semana”.
Hoje (21/3), representantes das prefeituras de Belo Horizonte e de Contagem e da Ambipar vão se reunir para avaliar o andamento dos trabalhos, definir ações e levantar informações para instaurar um processo de investigação para apurar os danos e aplicar as medidas legais cabíveis.
O acidente
Na tarde da última quarta-feira, uma batida entre uma carreta e um caminhão mobilizou o Corpo de Bombeiros e fechou o trânsito, após grande vazamento de piche. O motorista do caminhão ficou preso às ferragens e foi resgatado pelos bombeiros. Mesmo após 16 horas do desastre, o material que se espalhou na pista da Via Expressa ainda não havia sido totalmente retirado e parte da pista havia sido interditada devido ao piche pegajoso. Foi necessário utilizar um maquinário para retirá-lo do local.