Em meio a tantas campanhas de conscientização, muitas pessoas estão dispostas a adotar animais. Filhotes são mais fáceis de serem doados do que de um animal adulto. No entanto, o maior desafio das Organizações Não Governamentais (OGNs) é encontrar tutores para cuidar de animais com deficiência física.
Segundo a presidente da Associação de Proteção Animal (APA), em 11 anos, apenas três cães com deficiência conseguiram um lar. “A situação é triste, as pessoas normalmente se comovem, mas não levam esses animais para casa”.
Entre os três cães com deficiência que foram doados está a pitbull Garota, de aproximadamente 1 ano, que não tem uma das patas. Garota foi adotada neste mês pela dona de casa Raigleide Moreira Ferreira. “Fui até a APA e quando vi a Garota, foi amor à primeira vista. Tentei convencer meu marido de levá-la para casa, mas na hora ele não quis. No outro dia voltamos e a levamos para casa”.
Ao se deparar com a pitbull, a dona de casa sentiu pena da cadela. “Pensei, além de ser uma pitbull,raça vítima de preconceito por muitos, ela é deficiente. Acredito que ninguém iria pensar em adotá-la”, afirmou Raigleide Moreira.
Há duas semanas fora da associação, Garota está adaptada ao novo lar. Raigleide afirma que, além de bonita, ela é um animal saudável, corre, brinca e como todos os cães recebe os tutores com carinho. “Sinto que Garota é uma cadela muita grata pela nossa ação”, afirmou.
Cadela foi encontrada amarrada a uma árvore
A pitbull Garota é mais um animal vítima de abandono e maus-tratos em Uberlândia. Segundo a presidente da APA, Dalca Carvalho, a cadela foi encontrada próximo à associação amarrada em uma árvore, com ferimentos na pata. “Cuidamos do machucado, mas a situação estava tão grave que foi necessário amputar a pata”, afirmou.
A presidente afirma que a maioria dos animais abandonados fica com sequelas e por isso não são adotados. O destino de muitos é a casa das voluntárias da associação.
Este é o caso do vira-lata Bilico. Ele foi resgatado cego e sem uma parte da boca pela protetora Cida Assunção, . A protetora tem em casa dez cães, todos com algum tipo de deficiência. “Criamos um vínculo maior com eles, pois passamos meses cuidando dos ferimentos e tentando mantê-los vivos. É gratificante ver a confiança que esses animais têm em nós. A sensação que tenho é que o amor e gratidão que sentem são maiores do que a de outros cães”, disse.
Fonte: Correio de Uberlândia