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Animais alertam tutores sobre chegada de tornado no Alabama

21 de julho de 2011
5 min. de leitura
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Por Natalia Cesana  (da Redação)

Na foto, Gene Moore com o cão Shadow (Foto: The Birmingham News / Joe Songer)

Carolyn Moore atribui o salvamento de sua própria vida, durante o tornado que passou pelo Alabama em 27 de abril, ao poodle Shadow, ainda que ele estivesse a milhas de distância dela.

O marido de Carolyn, Gene Moore, contou que estava dormindo em casa quando Shadow começou a latir e a pular em cima dele, comportamento que o cachorro nunca havia tido antes. Moore ligou a televisão e viu que um tornado estava se aproximando da região. Ele ligou para Carolyn para avisá-la que fechasse a loja de pneus do casal. O comércio foi atingido 15 minutos depois que ela e outros dois funcionários deixaram o local.

“Um cachorro pode prever coisas”, disse Gene Moore.

Histórias de cachorros e outros animais que, aparentemente, sentem a aproximação de uma tempestade não são novidade para os veterinários e tutores. Embora seja difícil encontrar estudos sobre a capacidade de previsão dos animais, especialistas atribuem tal habilidade porque eles têm a sensibilidade mais apurada ou porque simplesmente prestam mais atenção a sinais de alerta.

Erin Jones, que mora em Tuscaloosa, próximo de onde o tornado passou, disse que a família dela tem dois cachorros e muitos gatos. “Todos nos alertaram que o tornado estava vindo”, escreveu ela em um e-mail. “Todos ficaram em alerta, os gatos mais velhos agruparam os gatos mais novos em um pequeno cômodo enquanto os cachorros latiam, rosnavam e se protegeram nos fundos da casa.”

Kelly Sumerel, que mora em uma comunidade de Danville, disse acreditar que a cachorra Lady Bugs sentiu que algo estava errado no dia 27 de abril. “Foi a coisa mais estranha que eu já vi, porque ela estava totalmente atormentada com algo. Ela não conseguia ficar quieta e gania sem parar, quando normalmente ela é muito silenciosa”, disse Kelly.

Autopreservação

Muitos veterinários de Birmingham dizem que de fato os animais, particularmente os cachorros, os que vivem em fazendas ou naturalmente conseguem sentir a aproximação de tempestades antes dos humanos.

“Eles têm um senso de preservação muito forte e estão muito mais em sintonia com a Mãe Natureza”, disse o veterinário Larry Chasteen.

Na clínica de Chasteen há um beagle que começa a uivar 20, 25 minutos antes que os funcionários possam ouvir o temporal. “Nós sabemos quando uma tempestade está para chegar”, disse.

Katie Stubblefield, reabilitadora de animais à vida natural do Alabama Wildlife Center, diz que antes de uma chuva forte os funcionários percebem que os pássaros param de ir aos alimentadores, os filhotes param de pedir por comida e que os adultos se sentam nas árvores ou perto delas e esperam. “Os animais adultos se curvam para baixo e aguardam”, explicou Katie.

Pesquisadores do Laboratório de Mote Marine, em Sarasota, na Flórida, notam pelos equipamentos de monitoramento que, quando um temporal se aproxima da costa, os tubarões deixam as baías e transferem-se para águas mais profundas.

Como os animais fazem isso?

De acordo com o veterinário Jerome B. Williams, cachorros têm sido reconhecidos por esta capacidade, particularmente por causa do faro apurado. Entretanto, ele não sabe afirmar se os cães detectam a mudança da pressão. “Mas eles podem sentir que algo está vindo”, disse.

Por enquanto, Williams e outros especialistas em animais dizem que essas hipóteses são apenas especulações porque eles não têm conhecimento de nenhuma pesquisa científica sobre sistema de alerta precoce dos animais.

Larry Myers, professor de Anatomia, Fisiologia e Farmacologia da Universidade de Auburn, afirma que mesmo não existindo evidências científicas, é possível dizer que alguns animais tenham sensibilidade mais aguçada que os humanos e sejam capazes de prever a chegada de tornados e temporais mais severos. “Mais eu não gostaria de depender de um cão como sistema de alerta. Prefiro acreditar nos radares e nos meteorologistas”, disse Myers.

As habilidades dos animais para captar sons, vibrações e cheiros estão entre os motivos pelos quais os cães, por exemplo, pressentem a aproximação de uma tempestade antes que os humanos, completou Myers.

Cachorros conseguem definitivamente ouvir sons mais agudos e mais baixos melhor que os humanos. Elefantes também ouvem sons baixos e agudos, o que poderia explicar porque algumas pessoas que estavam na área do Oceano Índico quando um terremoto e um tsunami passaram pelo local em 2004 relataram que viram elefantes fugindo da zona costeira antes que o acidente acontecesse.

Também é possível, acredita Myers, que animais de quatro patas sejam mais sensíveis às vibrações, porque eles são mais baixos e mais ligado à terra que os humanos.

O olfato apurado poderia ter a ver também. Os animais captariam o cheiro que os fungos exalam ao crescerem rapidamente quando a umidade aumenta. Simplesmente pode ser que alguns animais prestem mais atenção ao que ocorre ao redor deles por necessidade. “Eles precisam estar atentos, senão morrem.”

Animais ansiosos

Veterinários dizem que cães têm tanto medo de tempestades que precisam ser medicados para se acalmarem. “Nesta época do ano temos prescrito muitos calmantes”, disse o veterinário Andy Sokol.

Cães não nascem com ansiedade a tempestades, disse Sokol. É algo que é desenvolvido ao longo do tempo. “Os filhotes normalmente são muito excitados para prestar atenção no que está acontecendo ao seu redor. À medida que envelhecem, eles ficam mais suscetíveis ou sensíveis às coisas em volta.”

Patricia Daniels, que vive perto de Birmingham, diz que o cão Taz salvou sua vida no ano de 1998, quando um tornado destruiu sua casa. Patricia contou que viu o alerta de tornado naquele dia; chegou em casa e não ouviu nenhuma sirene. O sinal foi Taz, que começou a latir. “Levantei, fui para a porta da frente e ouvi um barulho alto. Parecia um trem”, disse ela. Patricia correu para o banheiro. “Se não fosse pelos latidos de Taz, eu nunca teria me levantado.”

Carolyn Moore não sabe porque Shadow alertou o marido sobre a tempestade que se aproximava, mas o gesto do cão fez a diferença. “Se eu não tivesse morrido, teria ficado gravemente ferida”, falou.

As informações são do Al.com.

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