Por Adriane R. de O. Grey (da Redação – Austrália)
Para a maioria das pessoas, a venda de cães e gatos por abrigos de animais para o uso em experimentos em laboratórios parece uma prática bárbara e distante, existente apenas num passado sombrio e remoto ‒ como deveria ser. Surpreendentemente, em alguns estados dos EUA, animais sem tutor ainda são vendidos em abrigos para o uso em práticas laboratoriais invasivas, dolorosas e cruéis, realizadas até mesmo em universidades que aparentemente possuem uma boa reputação.
Depois de uma “investigação camuflada” que durou 8 meses, desta vez na Universidade de Utah, o PETA descobriu e documentou práticas terríveis e chocantes sendo desenvolvidas em seus laboratórios, nos quais sistematicamente se inflingia intenso sofrimento em cães, gatos, macacos, ratos, coelhos e outros animais.
Cães e gatos usados nestes experimentos são adquiridos por valores de 15 a 25 dólares em abrigos locais com a garantia de uma lei estadual que determina que os abrigos públicos, sustentados com verba governamental, devem entregar animais a laboratórios quando houver esta solicitação.
Um destes animais, segundo a investigação do PETA, era o doce e afetivo gatinho amarelo e branco chamado Robert. “Pesquisadores” da Universidade de Utah perfuraram seu crânio e implantaram eletrodos em seu cérebro para que por ele circulasse uma corrente elétrica.
A universidade pagou 20 dólares por uma cadela magra, preta e amarela, mistura de pastor alemão, chamada Lady. Lady teve sua garganta cortada para que um aparato médico fosse implantado como parte de um cruel experimento no coração.
Para causar um incremento no volume de fluido no cérebro, gatinhos bebês, nascidos de uma gata também adquirida no abrigo local, tiveram substâncias químicas injetadas em sua cabeça. Todos eles morreram no decorrer das experiências.
Macacos também sofreram perfurações no crânio e, para que “cooperassem” com as experiências conduzidas pelos “pesquisadores”, foram mantidos constantemente com sede para que pudessem receber algumas gotas de água em troca de um comportamento passivo.
Em outros experimentos documentados pelo PETA, ratos tiveram suas pernas paralisadas ou sofreram ataques epilépticos induzidos. Muitos foram levados a desenvolver tumores que chegavam ao extremo de cobrir seus corpos como grandes feridas abertas. Estes animais eram abandonados a seu próprio sofrimento, sem nenhum cuidado veterinário. Um grande número deles morria e seus corpos eram deixados por dias nas gaiolas, para que finalmente alguém os notasse e removesse.
Infelizmente, estes são apenas alguns dentre muitos exemplos registrados pela investigação do PETA na Universidade de Utah.
O PETA está encaminhando uma denúncia formal ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e aos Institutos Nacionais de Saúde, alegando violações da constituição federal e não conformidade com as diretrizes de mandatos federais. O grupo de proteção animal está igualmente dirigindo uma queixa às autoridades locais.
Contudo, segundo afirmam os integrantes do PETA, enquanto universidades e empresas continuarem a cegar, envenenar, mutilar, torturar e matar animais, o PETA também continuará a investigar, registrar e denunciar essas atrocidades.
Grupos como o PETA e indivíduos como nós, que se indignam com tais práticas arrogantes e atrozes, são a única esperança destes seres sem voz. Se você quiser emprestar sua voz por um momento a estes animais que vítimas do egoísmo, da prepotência e da perversidade humana, acesse o link aqui para enviar uma carta à Universidade de Utah, pedindo que seus “pesquisadores” ponham termo a estes experimentos que usam animais abandonados em abrigos, em que se pode também assistir ao vídeo gravado durante a investigação do PETA. Se você desejar ir um pouco além, pode acessar o link da campanha Making Animal Testing History, que organiza uma passeata virtual contra a experimentação animal na Comunidade Europeia. E para saber o que está acontecendo em relação a esta questão no Brasil, acesse aqui.