Segundo as informações do jornal O Globo, os animais no Pantanal, Mato Grosso, afetados pela seca deste ano, estão recebendo alívio com o auxílio de caminhões-pipa. As organizações que atuam no resgate animal e em combate às queimadas, tiveram que contratar caminhões para abastecer as áreas que originalmente têm água mas que estão completamente secas em 2021.
As áreas alagáveis na rodovia Transpantaneira, acumulam a água despejada dos caminhões-pipa, sendo assim as lontras, ariranhas, capivaras, tuiuiús e jacarés, entre outros animais, aproveitam a água abundante para se refrescar e matar a sede.
As equipes que trabalham no abastecimento registraram em vídeo o momento em que os animais se aproximam para beber água. Os animais sequer esperam as mangueiras dos caminhões-pipa desligarem, correm sedentos para a poça d’água que se formou.
“É um trabalho paliativo, o volume que a gente consegue colocar é infinitamente menor do que precisa, a seca está muito forte. Dois, três dias depois, já seca novamente. O único jeito de resolver é a chuva mesmo”, comenta o médico veterinário Jorge Salomão, que é o responsável técnico da Ampara Silvestre.
A chuva tão esperada
As equipes da Ampara Silvestre e do Grupo de Resgate de Animais em Desastres (Grad-Brasil), trabalharam durante alguns dias abastecendo água para os animais, na semana passada. Foram mais de 300 mil litros de água utilizados entre a cidade de Poconé e o distrito de Porto Jofre.
O abastecimento foi direcionado em três das mais de 135 pontes que existem na Transpantaneira. Nestas pontes, os rios não passam em baixo, mas a região costuma ser naturalmente alagada e é habitat de jacarés e outros animais nativos do Pantanal.
A Ampara Silvestre e a Grad-Brasil, nas últimas semanas, retiraram da região cerca de 70 jacarés das áreas que possuem água e que estão sofrendo com as fortes secas deste ano. Debilitados pela seca, os animais estavam sem alimentos e inclusive convivendo com situação de canibalismo.
Atualmente a solução para a forte estiagem no Pantanal, depende da chuva na região. No entanto, as ONGs estão arrecadando recursos por meio de doações para manter os caminhões-pipa no local. À diária dos caminhões custa, em média, R$ 3 mil, este valor cobre os custos da diária, combustível e despesas com motorista. Ainda assim, as equipes enfrentam dificuldades para abastecer os veículos.
“A seca está muito forte, alguns pantaneiros dizem que é a pior dos últimos dez anos. Então estamos com dificuldade de encontrar lugar para tirar água. Temos o caminhão-pipa disponível para locar, a equipe para retirar a água, mas falta de onde tirar”, explica Salomão.
As organizações fizeram uma tentativa de retirar água do rio Pixaim, por causa do baixo volume de água, o rio não foi capaz de abastecer a região. Além disso, as entidades têm buscado água em poços artesianos, mas devido ao grande volume de água retirado dos poços, não há tempo suficiente para que os poços possam se restabelecer.
Neste ano, o Pantanal enfrenta uma estiagem histórica. Segundo o jornal O Globo, as secas e queimadas transformaram um tanque de água em um lamaçal, onde a situação é tão dramática que as antas aceitaram beber água diretamente na boca, o que é incomum para animais silvestres.
Veja vídeo do jornal O Globo dos animais em busca de água: