Avisada por telefone sobre cinco filhotes de cães abandonados, a veterinária Ana Lúcia Geraldi não teve coragem de dizer “não”. Aceitou cuidar dos animais em sua clínica, no Jardim Bela Vista, em Bauru (SP) até achar um tutor para eles. Com cães e gatos em casa e na clínica, ela agora busca um lar – ou cinco lares – para os filhotes vira-lata.
Colaboradora da Instituição Vida Digna, uma organização não governamental (ONG) que há oito anos cuida de animais abandonados em Bauru, ela já sabe que a instituição também não pode ficar com os cachorros porque está com o canil lotado.
A ONG, que sobrevive com doações da comunidade, já tem 150 gatos e 15 cachorros. E Ana Lúcia não quer entregar os animais ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), órgão da Prefeitura de Bauru que recebe cães abandonados. “Nós também temos medo de levá-los ao CCZ, pois, se o animal estiver doente ou mal cuidado, eles acabam sendo eutanasiados”, conta.
Ana Lúcia acolheu os animais em sua clínica, deu banho, pois eles estavam com pulgas, vermífugo, ração e aguarda que alguém se interesse por adotá-los.
No Centro da cidade outra história semelhante: o garçom João Batista de Souza, já conhecido na região por acolher cães abandonados, foi acionado para atender um cachorro atropelado na altura da esquina das ruas Bandeirandes e Treze de Maio.
“Cheguei lá e encontrei ele deitadinho no chão, mancando de uma pata e com o olho vermelho. Levei para casa. Cuidei dele e quarta-feira (17) já estava bem melhor. Até brincou com minhas outras cachorras. Mas não posso ficar com ele”, explica Jõao, que procura o tutor do animal ou alguém que queira adotá-lo.
Ele já cuida de 17 cachorros em sua casa e abriga mais cinco que encontrou na rua abandonados. “Eu tenho um gasto de aproximadamente R$ 1 mil por mês com esses animais, fora as despesas com veterinário, e infelizmente não tenho condições de abrigar mais este.”
Para quem tem cães e gatos, a veterinária Ana Lúcia Geraldi sugere a castração para evitar a procriação desenfreada e microchip para localizar o animal caso ele fuja.
“O animal castrado sai menos na rua e não se reproduz, já a microchipagem facilita o encontro de cães e gatos que estão perdidos. Com certeza, essas duas medidas diminuiriam significativamente os atropelamentos, a reprodução em massa deles e muitos dos que estão perdidos seriam encontrados facilmente”, enfatiza.
Serviço
Para adotar os filhotes que estão sob cuidados da veterinária Ana Lúcia Geraldi, o interessado deve entrar em contato com o Instituto Vida Digna pelo telefone (14) 3203-6333.
O tutor do cachorro achado por João Batista ou outra pessoa que queira adotá-lo pode entrar em contato pelo telefone (14) 8803-5738.
Fonte: Jornal da Cidade de Bauru