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Anfíbios da Mata Atlântica podem ser mais sensíveis a mudanças climáticas

Análises de espécies distribuídas em diferentes altitudes revelam que maior amplitude térmica do ambiente nem sempre conduz a maior tolerância térmica dos animais, como se pensava

24 de janeiro de 2024
André Julião | Agência FAPESP
8 min. de leitura
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Foto: Renato Augusto Martins | Wikimedia Commons

Ao longo dos anos, muitos trabalhos vêm reafirmando hipóteses das décadas de 1950 e 1960 que associam variações fisiológicas e climáticas. Por exemplo, uma delas diz que espécies expostas a maior amplitude térmica de um ambiente (a diferença entre as temperaturas mínimas e máximas) apresentariam maior amplitude de tolerância térmica.

Um estudo apoiado pela FAPESP e publicado na revista Integrative Organismal Biology mostra que, pelo menos para os anfíbios da Mata Atlântica, isso não é necessariamente verdadeiro.

O trabalho, assinado por pesquisadores brasileiros que atuam em instituições do Brasil, Estados Unidos e Emirados Árabes, aponta que algumas populações vivendo em montanhas, onde a amplitude térmica é grande, não possuem necessariamente maior amplitude de tolerância a mudanças de temperatura do que populações em áreas de menor altitude.

“Essa relação entre maior amplitude térmica e maior amplitude de tolerância às mudanças só ocorreu em duas das cinco espécies que analisamos no estudo”, explica Rafael Bovo, primeiro autor do trabalho, realizado como parte de seu estágio de pós-doutorado no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) com bolsa da FAPESP.

Uma vez que uma mesma espécie pode estar presente tanto alguns poucos metros acima do nível do mar quanto no alto de montanhas, uma parte importante do trabalho dos pesquisadores foi justamente garantir amostras de populações de uma mesma espécie distribuídas em diferentes altitudes.

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