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Amigos fazem campanha para ajudar 67 cães de idosa que morreu

28 de maio de 2015
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Foto: Félix Zucco / Agencia RBS
Foto: Félix Zucco / Agencia RBS

Dias antes de morrer, Fernanda exigiu da amiga Eneida uma promessa. Aos 67 anos, não reclamava das fortes dores, nem lamentava a amputação de uma das pernas ou o câncer de pulmão. Ela só queria ter certeza de que, depois da morte, alguém cuidaria dos quase 70 cachorros que ela mantinha em casa, no bairro Jardim Aparecida, em Alvorada.
Amigas havia mais de 10 anos, Fernanda – apelido de Iná Gomes – e Maria Eneida da Silveira, 51 anos, compartilhavam o amor e a relação de entrega aos animais. Eneida não pôde negar aquele último pedido: comprometeu-se a cuidar dos cachorros quando a amiga não pudesse mais. Fernanda morreu em um sábado, 9 de maio.
Com olhar carente, os cães recebem Eneida na casa que ainda abriga os animais. Depois que o marido de Fernanda sai para trabalhar, uma outra amiga, Denise, alimenta e dá cuidado a eles. Mas a situação é delicada. Terão de sair do atual lar nos próximos dias, e Eneida ainda tem uma promessa para cumprir.
“No sítio, cuido de cerca de 500 cachorros. Para eu levar a matilha da Fernanda, preciso de ajuda para organizar a estrutura até que eles possam estar em segurança e mantidos longe do frio, da chuva e do calor forte”, explica Eneida.
Interessados em adotar são muito bem-vindos
Os quase 70 animais, a maioria sem nome, que restaram já vivem separados em grupos na casa de Alvorada. Soltos, na casa e no pátio, estão os mais dóceis e os mais velhos. Embaixo da casa, o mais brabo, que só aceita as ordens de Denise. Nos fundos, pelo menos mais 10 canis improvisados separam os grupos por comportamento. Nenhuma estrutura poderia ser transferida para o sítio de Eneida. Fernanda construiu um a um os espaços com restos de materiais que encontrava na rua.
“Os cães podem ser doados, se os adotantes garantirem que serão bem cuidados e não vão ser abandonados. Esses animais, principalmente os mais velhos, são ótimos companheiros. Tudo o que eles querem é carinho e atenção. Para que eu possa garantir a segurança deles, temos que levantar, ao menos, 12 canis”, diz Eneida.
Quem vive no sítio de Viamão, está bem. São bem alimentados, com o esforço de Eneida e o marido, e a ajuda de ONGs que trabalham pelos animais domésticos. Para que Fernanda descanse em paz, Eneida tem que juntar o dinheiro necessário para os novos abrigos.
“Lançamos uma campanha no Facebook para conseguir cerca de R$ 20 mil para construir os canis. Alguns já conquistaram um novo lar, mas os outros, que apresentam alguma dificuldade, eu mesma cuidarei”.
Todos os dias, ela e o marido se encarregam de levar a turma ao Hospital Veterinário da UFRGS para realizar exames e encaminhar castrações.
“Nós só precisamos dar conta da segurança deles. Em canis, eles continuarão vivendo com os grupos que estão acostumados e terão acesso ao pátio, em áreas onde não ameaçam os outros”.
Para ajudar na construção dos canis ou dar outro lar também digno aos animais, Eneida atende, a qualquer hora do dia, em uma página no Facebook e pelo telefone (51) 9302-2380.
Fonte: Zero Hora

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