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Ambientalistas estão preocupados com a libertação de linces

4 de julho de 2014
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Foto: CRISTINA QUICLER/AFP
Foto: CRISTINA QUICLER/AFP

Ambientalistas estão preocupados com a possível libertação, já em Setembro, de oito linces-ibéricos no Parque Natural do Guadiana, na zona de Mértola.

A data provável foi anunciada na terça-feira pelo secretário de Estado do Ordenamento do Território e Conservação da Natureza, Miguel de Castro Neto. Mas a associação ambientalista Quercus diz que não é certo que haja condições para o fazer.

Um dos centros da polémica não é o lince em si, mas os coelhos-bravos – o principal alimento do felino mais ameaçado do mundo.

Na terça-feira, uma série de organizações subscreveram um pacto pela preservação do lince, promovido pelo Governo, no qual está expresso que a reintrodução daquela espécie “não implicará a criação de limitações ou proibições” às actividades agro-florestais e cinegéticas.

Ambientalistas sugerem que o que interessa ao Governo é simplesmente libertar o lince – um acto de forte simbolismo, que assinala o início da reintrodução da espécie ameaçada mais emblemática de Portugal, alvo de campanhas para a sua protecção desde a década de 1970.

A associação ambientalista Quercus fala num processo “demasiado apressado e pouco transparente”, a que não estará alheia a proximidade das eleições legislativas de 2015. “Teme-se que possa haver neste processo alguma tentativa de instrumentalização política”, refere a Quercus, num comunicado.

Os ambientalistas exigem que sejam divulgados os dados concretos das monitorizações de coelhos nas áreas onde ocorrerá a libertação de linces. E põem em dúvida os critérios que estiveram na base da escolha daquelas áreas – o Parque Natural do Vale do Guadiana e a região de Moura-Barrancos.

“Desconhece-se igualmente o grau de compatibilização da presença da espécie com as actividades agro-florestais e da exploração cinegética nas áreas selecionadas e em que medida serão minimizados os impactos do lince sobre as mesmas, porque as informações disponíveis enfermam de uma simplificação excessiva”, lamenta a Quercus.

Segundo a associação, uma comissão de acompanhamento externa do Plano de Acção para a Conservação do Lince-Ibérico “não reúne desde 2010”, numa situação “incompreensível”.

*Esta notícia foi escrita, originalmente, em português europeu e foi mantida em seus padrões linguísticos e ortográficos, em respeito a nossos leitores.

Fonte: Ciência P

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