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RELATÓRIO

Amazônia está entre locais com seca mais severa no ano passado, diz ONU

A falta de chuvas na bacia amazônica e na África austral resultou em secas extremas. Em contrapartida, chuvas excessivas em regiões africanas causaram inundações

22 de setembro de 2025
Tainá Rodrigues
3 min. de leitura
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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Em 2024, o mundo passou por chuvas intensas, mas também colecionou episódios extremos de seca. É o que ressalta o relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), publicado na sexta-feira (19/09), que analisa estado dos recursos hídricos a nível mundial. O documento ressalta que, no ano passado, a bacia amazônica e a África austral foram as regiões significativamente afetadas por condições de seca.

Os trópicos africanos passaram por chuvas excessivas, que resultaram em inundações — forçando 4 milhões de pessoas a deixar suas casas e causando a morte de 2.500 pessoas. Em termos comparativos, choveu mais na região do que em todo o período entre 1991 e 2020 na Europa Central.

“2024 foi o ano mais quente desde o início da industrialização, com a temperatura da superfície da Terra subindo em média 1,55 °C”, disse Robert Reinecke, um dos autores do relatório da OMM, em comunicado.

“E enfrentaremos o problema cada vez maior de secas mais frequentes e chuvas torrenciais como resultado das mudanças climáticas. É imperativo que implementemos uma estratégia de longo prazo que nos permita lidar com os extremos climáticos recorrentes e cada vez mais intensos”, afirma Reinecke.

O especialista ressalta que, nos últimos três anos, ocorreram as maiores taxas já registradas de derretimento de geleiras. De acordo com o relatório, já foram perdidos globalmente aproximadamente 450 gigatoneladas de gelo, ou seja, 450 milhões de toneladas métricas foram perdidas por geleiras, em 2024. Entretanto, o documento também ressalta que os recursos hídricos subterrâneos, a principal fonte de água potável das pessoas, também está em um nível preocupante.

“As águas subterrâneas são uma fonte confiável de água potável. Infelizmente, elas têm sido superutilizadas por um período considerável. Embora possa parecer que os níveis de água subterrânea se recuperaram em certa medida em 2024, continuam a ocorrer perdas, por exemplo, no sul da Europa. Considero isso um motivo de preocupação, pois muitos aquíferos podem levar milhares de anos para serem totalmente reabastecidos”, explica Reinecke.

Liderado por Reinecke, o grupo de Modelagem do Sistema Terrestre da JGU, conseguiu analisar os dados de águas subterrâneas para o relatório através de métodos computacionais. A equipe trabalhou na compilação de registros de dados correspondentes para o mundo todo, no intuito de entender e obter mais informações sobre os efeitos das mudanças climáticas dos recursos hídricos.

O relatório foi produzido por pesquisadores do Instituto de Geografia da Universidade Johannes Gutenberg de Mainz (JGU), na Alemanha, em conjunto com a Universidade Goethe de Frankfurt e com o Centro de Banco de Dados de Escoamento Global em Koblenz.

Fonte: Um só Planeta

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