Um novo relatório revelou que as alternativas alimentares à base de vegetais são melhores para o meio ambiente e tendem a ser mais saudáveis do que as opções à base de carne. A pesquisa, conduzida pela Food Foundation, analisou o impacto ambiental e o perfil nutricional de diversos alimentos, incluindo salsichas veganas, frango, bacon, hambúrgueres, tofu, tempeh, seitan, grãos, leguminosas e feijões.
O relatório, intitulado “Rethinking Plant-Based Meat Alternatives”, destacou que as alternativas vegetais emitem menos gases de efeito estufa e consomem menos água em comparação com a carne. Além disso, essas opções são, em geral, mais baixas em sal, açúcar e gordura saturada, enquanto são mais ricas em fibras. No entanto, o estudo apontou que há diferenças significativas entre os tipos de alternativas vegetais, com grãos e feijões sendo consideravelmente mais saudáveis do que as carnes veganas, que, em média, apresentam maior teor de sal.
Os pesquisadores avaliaram 68 produtos vegetais e 36 de carne animal, categorizando os alimentos em três grupos: processados de nova geração (incluindo marcas como Beyond Meat e Quorn), processados tradicionais (como tofu e seitan), e alternativas menos processadas (grãos e leguminosas). Os produtos de carne, por sua vez, incluíram opções de aves, porco, cordeiro e carne bovina.
O estudo utilizou um sistema de semáforo para avaliar os níveis de açúcar, sal e gordura saturada nos alimentos. Carnes vermelhas, como bovina e suína, receberam as piores notas para gordura saturada e sal, enquanto os produtos vegetais processados de nova geração, como os das marcas Vivera e Tesco, se destacaram positivamente em gordura saturada e açúcar, embora alguns apresentassem altos níveis de sal. As alternativas processadas tradicionais, como o tofu, tiveram um desempenho ainda melhor, com classificações majoritariamente verdes em todos os indicadores de saúde.
As alternativas menos processadas, como feijões e grãos, foram as mais saudáveis, apresentando baixos níveis de gordura saturada, calorias e sal, além de uma alta concentração de fibras. O relatório observou que, embora as alternativas à base de vegetais contenham menos proteína do que as de origem animal, isso não representa um problema significativo, considerando que a maioria dos adultos no Reino Unido já consome mais proteína do que o necessário. Por outro lado, apenas 9% dos adultos consomem fibras suficientes, o que torna essas alternativas vegetais uma solução potencial para melhorar a saúde pública.
O principal desafio identificado no relatório foi o alto teor de sal nas carnes vegetais processadas de nova geração, além da falta de fortificação com ferro e B12 em muitos desses produtos. Os autores sugeriram que uma reformulação dos ingredientes poderia abordar essas questões.
Os pesquisadores alertaram para a necessidade de uma abordagem mais cuidadosa ao discutir a salubridade das alternativas à base de vegetais, destacando que nem todas as opções vegetais são igualmente saudáveis. Embora as alternativas menos processadas, como feijões e grãos, ofereçam os maiores benefícios nutricionais e ambientais, as alternativas processadas de nova geração também desempenham um papel importante na transição para dietas mais ricas em vegetais.
O estudo concluiu que as alternativas à base de vegetais, especialmente as menos processadas, são uma escolha mais saudável e sustentável para o planeta, representando uma oportunidade real para promover uma alimentação mais equilibrada e consciente.