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LEGISLAÇÃO

Alimentos de origem animal vendidos na Suíça deverão declarar o processo de produção doloroso para os animais

Governo obriga indústria a revelar para o consumidor o sofrimento animal na produção de foie gras, carnes e peles.

31 de maio de 2025
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Keystone-SDA

A partir de 1º de julho, a Suíça passará a exigir que a venda de foie gras (fígado de pato ou ganso) e outros produtos de origem animal seja acompanhada de informações sobre os procedimentos dolorosos aos quais os animais foram submetidos. A decisão, anunciada pelo governo federal suíço, visa aumentar a transparência para os consumidores.

Além do foie gras, a nova regulamentação suíça exige que carnes, ovos e laticínios informem se são provenientes de animais submetidos a procedimentos dolorosos sem anestesia, como o descorne de vacas, que a remoção dos chifres feita com ferro quente ou produtos químicos cáusticos, a castração de porcos e bois realizada sem analgesia, causando dor intensa e prolongada, o corte de bicos em galinhas, para evitar automutilação em condições de confinamento extremo, e carnes de rãs obtidas por meio de esfolamento e desmembramento sem anestesia.

foie gras é produzido por meio da alimentação forçada de patos e gansos, um método conhecido como gavage. Durante semanas, os animais são alimentados com quantidades excessivas de milho por meio de tubos inseridos em seus esôfagos, causando um crescimento anormal do fígado, que pode chegar a até dez vezes seu tamanho natural. Esse processo frequentemente leva a lesões internas, dificuldade respiratória e estresse extremo, resultando em alta mortalidade.

O governo suíço também anunciou a proibição da importação de peles e produtos derivados obtidos por meio de métodos específicos, como o uso de armadilhas que mutilam animais selvagens ou a criação de visons e raposas em gaiolas minúsculas.

As novas regras terão um período de transição de dois anos para que empresas e importadores se adaptem.

Apesar do avanço na transparência, a medida não é o suficiente. Apenas informar sobre a crueldade não é o bastante, é preciso banir completamente o consumo de carne.

A nova legislação suíça reflete uma crescente preocupação global com o sofrimento animal, mas ainda deixa lacunas. Se, por um lado, a transparência permite que os consumidores façam escolhas mais conscientes, por outro, a persistência dessas práticas mostra que a pressão por mudanças mais radicais ainda é necessária.

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