Nutricionista ensina o que fazer para não ter carências nutricionais.
No lugar do leite animal, eles usam o leite de soja. Queijo, só se for tofu. Laticínios, mel, ovos, carne e qualquer outro alimento de origem animal passam longe da dieta vegana. O veganismo não é apenas uma dieta que restringe alimentos e produtos de origem animal. Trata-se de uma filosofia de vida movida pelos direitos dos animais.
O movimento teve origem nos Estados Unidos e tem até uma data comemorativa: 1 de novembro, o Dia Mundial Vegano. Os adeptos do veganismo boicotam o uso de qualquer produto de origem animal. Na alimentação, consomem basicamente frutas, legumes, vegetais, hortaliças, cereais, cogumelos e outros alimentos, industrializados ou não, que não levem ingredientes de origem animal. É difícil dissociá-lo de vertentes do vegetarianismo, por causa de algumas similaridades.
As dietas que restringem o consumo de carne animal vêm ganhando notoriedade entre os brasileiros. As estimativas do IBGE sugerem que 9% da população é adepta de algum tipo de vegetarianismo ou veganismo. No entanto, existe o temor dos que consideram abolir a carne do prato de sofrer algum tipo de carência nutricional. Afinal, os alimentos de origem animal fornecem nutrientes importantes para saúde. A carne vermelha é uma das principais fontes de ferro.
Alessandra Rocha, nutricionista da farmácia Desejo Saúde (http://www.desejosaude.com.br), afirma que regimes alimentares que excluem todos os tipos de carne podem inspirar cuidados com relação à ingestão de vitamina B12, nutriente encontrado quase que exclusivamente em alimentos de origem animal. “A vitamina B12 é encontrada em abundância na carne animal e estocada, principalmente, no fígado. A deficiência deste nutriente pode provocar anemia e outros problemas de saúde”, ela diz.
A vitamina B12 pode ser encontrada em suplementos alimentares. “A suplementação de vitamina B12 deve ser prescrita pelo médico ou nutricionista”, Alessandra alerta.
O cálcio, principal nutriente do leite e seus derivados, pode ser substituído com mais facilidade. De acordo com a nutricionista, ele pode ser encontrado em vegetais de coloração verde-escura (brócolis, couve e quiabo), que ainda vêm acompanhados de outros nutrientes importantes, como a vitamina K e o potássio; em frutas secas (uva-passa, figo e damasco), castanhas e sementes (nozes, amêndoas, avelãs, gergelim, semente de girassol) e nas leguminosas (soja, lentilha, grão-de-bico, feijão, ervilha), mais populares no cardápio do brasileiro.
“A alimentação vegana é mais rica em potássio e vitamina K, e pobre em sódio. Estes fatores beneficiam bastante a saúde óssea”, afirma Alessandra.
Quando o plano alimentar é bem conduzido e, de preferência, orientado por um nutricionista, as chances de desenvolver déficits nutricionais são mínimas. Bruno Borazanian, 25, é vegano há 5 anos e nunca sofreu nenhum tipo de carência nutricional. “Tornei-me “vegan” por saber que o consumo de carne poderia ser o causador de algumas doenças da minha família. Com o tempo, descobri outros bons motivos, como o funcionamento da indústria de animais, por exemplo, para manter o novo hábito”, diz.
Para quem está pensando em aderir ao movimento, a dica é, antes de qualquer coisa, buscar orientação de um nutricionista e checar se há predisposição à anemia ou déficits nutricionais. “Conversar com outros vegans e procurar receitas veganas na internet me ajudou bastante. Dessa forma, pude melhorar e variar minha alimentação”, diz Borazanian.
Ao contrário do que alguns imaginam, a dieta vegana não requer alto custo. Os produtos vegans já podem ser encontrados em supermercados ou lojas especializadas. Como este mercado está em ascensão, a variedade dos produtos está aumentando e os preços, diminuindo.
Com informações do Segs