Pesquisadores sugerem que os mesmos fatores que aumentam o risco de câncer em humanos, como luz, poluição química e sonora, alimentos ricos em açúcares e vírus também são responsáveis por aumentar o perigo para animais selvagens que vivem em cidades.
Liderados por Giradeau Mathieu, para o Proceedings B da Royal Society, os pesquisadores disseram: “As populações de animais selvagens podem ser comparadas a populações humanas pré-históricas, em que dados fósseis indicam uma baixa prevalência de câncer.
“Está claro que as características de um estilo de vida moderno e do ambiente de urbanização trouxeram consigo uma mudança na prevalência de câncer em humanos, mas até agora pouca atenção foi dada a mudanças similares em animais selvagens.
Segundo o Daily Mail, os autores escreveram que apenas recentemente foi indicado que as atividades humanas podem aumentar a taxa de câncer em populações selvagens.
A alimentação de animais, como esquilos, com pão – que não é uma parte natural de sua dieta – está levando à obesidade, embora precise de mais pesquisas para identificar a ligação, eles sugeriram.
A obesidade está ligada a 10% dos casos de câncer em humanos.
Os pesquisadores também disseram “sugerimos que turistas alimentando pequenos mamíferos, como os esquilos, em parques urbanos, são um bom ponto de partida para começar a procurar por ligações entre alimentos antropogênicos, obesidade e câncer na vida selvagem”.
Acredita-se que a poluição marítima esteja comprometendo o sistema imunológico das tartarugas marinhas e dos leões marinhos, tornando-os mais suscetíveis ao câncer.
Gatos domésticos que vivem em cidades são mais propensos a sofrer o equivalente felino da infecção pelo HIV, enfraquecendo seus sistemas imunológicos e isso os torna mais propensos ao câncer, afirmam os pesquisadores.
As cidades também podem levar à fragmentação do habitat, o que leva a uma maior endogamia das populações devido a barreiras como estradas.
A poluição luminosa já foi apontada com fator de risco para o aumento do câncer em seres humanos.
Conhecido como ALAN, a luz artificial durante a noite, também é susceptível de provocar câncer em animais. Os autores sugerem que mais pesquisas devem olhar para os efeitos da luz sobre as aves – como o aumento dos níveis hormonais, que devido à maior exposição à luz têm sido associados a maiores taxas de câncer.
Poluição no Reino Unido
A poluição do ar no Reino Unido já foi rotulada como um “constrangimento nacional”.
Os números de 2017 mostraram que 37 das 43 zonas de qualidade do ar em todo o Reino Unido tinham níveis ilegais de poluição por dióxido de nitrogênio, o mesmo número do ano anterior.
Os níveis médios anuais do poluente dos gases do escapamento caíram na maioria dos lugares, segundo dados do governo e da lei ambiental que a ClientEarth revelou.
Mas os níveis ainda são mais do que o dobro do limite legal na Grande Londres e também acima do limite em áreas como Gales do Sul, West Midlands, Glasgow e Grande Manchester.
Brighton, Worthing e Littlehampton, em West Sussex – uma área declarada como legal no ano anterior – subiram para pouco abaixo do limite novamente, segundo as estatísticas.
O Reino Unido tem violado os limites de poluição da UE para dióxido de nitrogênio, muitos dos quais vêm de veículos a diesel, desde que as regras entraram em vigor desde 2010. As informações são do Daily Mail.
A poluição do ar causa cerca de 40.000 mortes prematuras por ano no Reino Unido e está ligada a problemas de saúde, desde doenças infantis até doenças cardíacas e até mesmo demência.
Poluição do ar no Brasil
A OMS, alertou ano passado que a poluição do ar é responsável por mais de 50 mil morte no Brasil a cada ano.
As partículas poluentes estão em toda parte e são produzidas pelo escapamento de veículos, usinas de energia e agricultura. As substância entram no corpo humano e animal através da respiração se liga aos pulmões provocando problemas respiratórios e aumentando o risco de câncer.
O novo levantamento da OMS indica que entre as cidades que monitoram os poluentes, Brasília foi a que registrou o nível mais alto (137 microgramas por metro cúbico), em 2013. Uma das possíveis explicações para esse número é a seca prolongada e as queimadas no Cerrado.
Em São Paulo, um hospital veterinário da Zona Sul de São Paulo, registra um aumento no número de atendimentos de 40% no outono e no inverno. “Eles têm as mesmas doenças respiratórias, bronquite, pneumonia, asma. Nessas épocas em que há muita poluição, ar muito seco, eles podem vir a sofrer, mesmo medicados”, diz o veterinário Mário Marcondes ao G1.