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INVESTIGAÇÃO

Alerta grave: 450 tartarugas-marinhas morrem encalhadas no Paraná

1 de abril de 2025
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Sem políticas públicas adequadas para a proteção dos animais no Brasil, as espécies marinhas ficam totalmente à mercê da sorte em um destino cada vez mais ameaçado pelo homem. Pesca, redes usadas de forma irregular, poluição das águas e o aquecimento as águas dos oceanos são desafios que poderiam ser, ao menos, amenizados. Mas não há indícios de melhorias, nem mesmo em um ano que o país será a sede da COP30. Um levantamento realizado pelo Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) expôs uma situação gravíssima. De outubro a março, 450 tartarugas encalharam na costa paranaense e apenas 10 foram resgatadas e sobreviveram.

Pela sensibilidade à qualidade do entorno, as tartarugas marinhas são consideradas a espécie de sentinelas do meio ambiente. A alta mortandades indica também nível de poluição preocupante nos oceanos, problema que também afeta à saúde do homem. “A conservação marinha não é apenas uma questão ecológica, mas também de saúde pública”, diz Fábio Lima, veterinário da UFPR. “Ao analisar as ameaças enfrentadas pelas tartarugas, é possível desenvolver estratégias para minimizar os impactos”.

O aumento do número de encalhes reforça a importância do conceito “Uma Só Saúde”, que reconhece a interconexão entre a saúde dos animais, do meio ambiente e das pessoas. Os pesquisadores evidenciam a necessidade de uma fiscalização maior da cadeia pesqueira no Brasil, além de políticas de preservações dos oceanos, que é um ambiente essencial para o enfrentamento das mudanças climáticas.

De janeiro até meio de março, dos 127 animais encalhados, 66 eram da espécie tartaruga-cabeçuda. Abundante no passado, a espécie está em perigo de extinção, principalmente devido ao uso dos ovos para o consumo humano e os acidentes causados pela pesca industrial. Como são nômades, as tartarugas transitam pelo Oceano Pacífico, Índico e Atlântico. Chegam na costa brasileira, mais exatamente no litoral de Sergipe, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, na época reprodutiva, para colocar os ovos nas praias, durante a primavera e o verão.

Portanto, grande parte dessa mortandade aconteceu antes mesmo que tivessem tempo de se reproduzirem, o que aumenta ainda mais o impacto do que aconteceu. É urgente a ação do Ibama para estancar tamanha tragédia.

Fonte: Veja

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