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ACÚMULO NOS ÓRGÃOS

Além de ingerir, golfinhos estão respirando microplásticos

16 de outubro de 2024
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Um estudo norte-americano publicado quarta-feira na revista científica nesta PLOS ONE sugere que golfinhos podem estar expostos a microplásticos relacionados através da respiração. Segundo a pesquisa, a maior capacidade pulmonar dos golfinhos torna mais vulneráveis ​​a esses agentes em comparação com os seres humanos. As partículas detectadas são, em sua maioria, de poliéster.

Uma investigação foi realizada por cientistas da Faculdade de Charleston, na Carolina do Sul (EUA), que encontraram microplásticos no ar exalados por golfinhos-roazes selvagens. Até então, acreditava-se que a principal via de contaminação desses animais era a ingestão.

“Temos nos concentrado na ingestão, encontrando microplásticos nos estômagos dos golfinhos e em seus peixes predadores. Agora, estamos explorando uma nova via de exposição”, explicam os autores do estudo, Leslie B. Hart e Miranda K. Dziobak, em comunicado.

A exposição aos microplásticos está associada a diversos problemas de saúde, como estresse oxidativo, inflamações e envelhecimento precoce. O estudo, intitulado Primeira evidência de inalação de microplásticos entre pequenos cetáceos de vida livre , analisou 11 golfinhos-roazes, sendo cinco da Baía de Sarasota, na Flórida, e seis da Baía de Barataria, na Luisiana. Todas as partículas suspeitas de microplásticos, incluindo fibras e fragmentos de polímeros plásticos.

Os pesquisadores coletaram o ar expirado pelos golfinhos usando dispositivos posicionados sobre ou próximo ao espiráculo dos animais. A análise revelou principalmente partículas de poliéster, material amplamente utilizado em roupas e liberado no ambiente durante o uso, especialmente em lavagens.

Hart e Dziobak destacaram que os golfinhos treinados vivem tanto em estuários urbanos quanto rurais, demonstrando que os microplásticos estão presentes em diferentes ambientes. Além disso, os níveis de partículas encontradas nos golfinhos superam os registrados em humanos, possivelmente devido à maior capacidade pulmonar dos cetáceos, que respiram profundamente e, assim, inalam maiores quantidades de microplásticos.

A pesquisa também compara esses resultados com estudos em humanos, que associam a inalação de microplásticos a inflamações pulmonares e problemas respiratórios. Dessa forma, os golfinhos, por inalarem doses mais elevadas, podem estar ainda mais vulneráveis ​​a esses impactos na saúde.

Os autores concluíram destacando a importância de novos estudos para quantificar a exposição por inalação a diferentes tipos de microplásticos e seus efeitos na saúde dos golfinhos.

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